28 Junho 2024, Sexta-feira

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Aplauso e crítica a António Costa

Aplauso e crítica a António Costa

Aplauso e crítica a António Costa

, Ex-bancário, Corroios
13 Setembro 2022, Terça-feira
Francisco Ramalho

Fez bem António Costa, na sua qualidade de primeiro-ministro, em nome de Portugal, pedir desculpa a Moçambique pelo massacre de Wiriyamu, ocorrido no dia 16 de Dezembro de 1972, na província de Tete, em que o nosso exército matou cerca de quatrocentos de civis. Homens, mulheres e crianças.

Fez bem, por duas razões: primeiro, porque se tratou de um crime abominável que manchou o Exército. Segundo, porque passados todos estes anos, ainda há portugueses que o desconhecem.

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A guerra colonial foi injusta, porque os povos das nossas ex-colónias, como todos os povos, têm direito à sua autodeterminação e ela foi negada, por cegueira política do Governo Salazarista. O resultado foram 13 anos de conflito com 10 mil mortos e dezenas de milhar de feridos, estropiados e vítimas de stress pós traumático do lado português, e muitos mais, do lado dos povos de Angola, Moçambique e Guiné. E massacres como o de Wiriyamu, não são propriamente ações de guerra. São crimes hediondos contra a humanidade.

Portanto, António Costa, fez o mínimo que já tardava: pedir desculpa, em nome de Portugal, ao povo moçambicano.

Em relação à guerra na Ucrânia, fez mal. Muito mal. Em vez de Portugal, através dele e do seu governo, como país soberano, ou mesmo no quadro da UE e da NATO, contribuir para a contenção ou fim da guerra que desde 2014 já lavrava nas regiões russófonas de Donetsk e Lugansk, pela sua autodeterminação, nada fez. Assim como nada fez, para que a promessa feita pelos EUA e pela NATO ainda a Gorbatchov, que esta organização militar de que fazemos parte desde os tempos da ditadura, não avançaria para Leste. E ainda, nada fez também, para que os acordos de Minsk, entre a Rússia e a Ucrânia, se cumprissem por parte do governo desta.

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O que fez, foi dar todo o apoio, a um governo chefiado por um homem, Zelensky, apontado como corrupto e, comprovadamente, antidemocrático (ilegalizou todos os partidos da oposição, onze, permitindo apenas os de extrema direita). Um homem que se porta como mero executor de quem, por interesses económicos e estratégicos, comanda esta guerra, os EUA. Indo ao ponto de o convidar para que fosse ouvido na nossa Assembleia da Republica, e ser recebido por ele, na Ucrânia.

O Papa Francisco disse: “A guerra Rússia-Ucrânia talvez tenha sido provocada ou não impedida por interesses de terceiros”. Para bom entendedor…

Guerra que persiste com destruição e morte dos dois lados dos contendores diretos, com perigo até de acidente nuclear e repercussões graves de ordem económica e não só, sobretudo na Europa, devido às sanções impostas à Rússia e, evidentemente, com represálias por parte desta.

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Tudo isto, gerando muita apreensão pelo aumento do custo de vida que, como sempre, no capitalismo, atinge sobretudo os trabalhadores e as classes mais desfavorecidas. Tudo isto, agravado com o Inverno que se aproxima. Tudo isto, António Costa e o seu governo têm, como exposto, a sua quota de responsabilidade.

Aqui fica, o aplauso e a crítica.

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