Funcionários da Autoeuropa sentem-se traídos pela Comissão de Trabalhadores

Funcionários da Autoeuropa sentem-se traídos pela Comissão de Trabalhadores

Funcionários da Autoeuropa sentem-se traídos pela Comissão de Trabalhadores

Pré-acordo com a administração da empresa foi a gota de água. Fernando Sequeira, coordenador da Comissão de Trabalhadores, diz que, apesar do chumbo, os horários pretendidos pela empresa deverão mesmo vir a ser aplicados

O chumbo do pré-acordo negociado entre a administração da Autoeuropa e a Comissão de Trabalhadores foi claro e inequívoco e, além disso, abriu uma ferida profunda entre os funcionários e os seus representantes. Ao que o DIÁRIO DA REGIÃO apurou, a forma como a Comissão de Trabalhadores se posicionou ao longo do processo criou desagrado nos trabalhadores.

“Neste momento, existe um enorme sentimento de traição em relação à Comissão de Trabalhadores, que é sentido pelos trabalhadores em geral”, disse ao DIÁRIO DA REGIÃO um dos funcionários da empresa. A gota de água, sublinhou a mesma fonte, foi a votação do pré-acordo que acabou recusado por 2 596 trabalhadores (74,8%) – de um total de 4 415 inscritos, votaram 3 472, registando-se 815 votos favoráveis (23,5%), 44 votos brancos e 17 nulos.

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“Na votação, em vez de ser perguntado aos trabalhadores se concordavam com o pré-acordo, fala-se apenas nos 175 euros. Ora, os trabalhadores deixaram bem explícito que o que não querem é a perda do direito do trabalho ao sábado como dia extraordinário”, explicou a mesma fonte, considerando que “os 175 euros propostos é como uma cenoura em que os trabalhadores trocariam a actual remuneração dos sábados a 100%, por 175 euros mensais”.

“Um trabalhador de nível intermédio recebe ao sábado um valor bruto na ordem dos 100 euros, fazendo os quatro de um mês ganharia 400 euros. E é este direito que os trabalhadores não querem perder, trocar 400 euros por 175”, reforçou, salientando que “o problema agora é a falta de confiança” na Comissão de Trabalhadores. “Fizeram o oposto para o qual foram mandatados em plenário. Vamos ver, se não dará a destituição dos membros da Comissão de Trabalhadores”, concluiu.

Comissão de Trabalhadores sublinha legalidade dos horários propostos

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Em declarações à Lusa, o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, Fernando Sequeira, salientou a legalidade dos horários que a Autoeuropa pretende implantar e foi mais longe, considerando que a medida deverá ir avante.

“Conseguimos negociar uma compensação financeira para os horários que a empresa pretende implementar para assegurar a produção do novo veículo T-Roc, sendo que esses horários são legais e deverão ser aplicados pela empresa, apesar desta votação”, disse.

“Receio que os trabalhadores que votaram pelo ‘não’ ao pré-acordo não tenham percebido que pode estar em causa, pelo menos, uma parte da produção do novo veículo T-Roc na Autoeuropa”, acrescentou o coordenador da Comissão de Trabalhadores, escusando-se a explicar até que ponto a recusa do pré-acordo poderá comprometer o futuro da fábrica de Palmela.

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O sindicato dos Trabalhadores das Industriais Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE), afecto à CGTP, também reagiu em comunicado e indicou que tem uma reunião marcada com a administração da Autoeuropa para esta quarta-feira (2), às 11h00. No mesmo documento, o sindicato afirma que “para facilitar a negociação” disponibiliza-se “para retirar o pré-aviso de greve para o dia 30 de Agosto”, caso a empresa retire a sua proposta de horário de segunda a sábado.

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