Primeira noite foi de enchente. Este fim-de-semana há Maninho, Cuca Roseta, Expensive Soul e Rui Veloso
A Feira de Agosto arrancou ontem, em Grândola, com uma noite de enchente que promete fazer desta 378.ª edição, que decorre até segunda-feira, uma das mais concorridas de sempre.
Após dois anos de interrupção imposta pela pandemia, a histórica festa apresenta, este fim-de-semana, quatro concertos a não perder; Maninho, esta sexta-feira, Cuca Roseta, este sábado, Expensive Soul no Domingo e Rui Veloso na segunda-feira. Os espectáculos, que começam sempre depois das 22 horas, são de entrada gratuita.
A feira foi inaugurada ao final da tarde de quinta-feira, numa cerimónia que teve como convidado principal o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (CNAPRR), Pedro Dominguinhos e que contou, também, com a presença do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Alentejo (CCDRA), António Ceia da Silva, dos deputados Clarisse Campos (PS), Paula Santos (PCP) e Fernando Negrão (PSD) e dos autarcas de Alcácer do Sal, Vítor Proença, de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, e de Sines, Nuno Mascarenhas.
O presidente da Câmara de Grândola aproveitou para responder às preocupações sobre a ocupação turística e a estratégia urbanística do concelho, assegurando que não haverá excessos.
“Garantimos que não serão ultrapassados, nem hoje nem no futuro, os limites dos documentos de planeamento”, afirmou António Figueira Mendes. Sobre o acesso às praias do concelho, assegurou que será defendido o interesse das populações. “Nunca permitiremos que se restrinja o acesso e a fruição daquilo que sempre foi de todos”, afirmou o autarca.
Minutos mais tarde, em declarações aos jornalistas, Figueira Mendes esclareceu que, no caso da Praia da Aberta Nova, o terreno é privado, pelo que o município tem de esperar até poder fazer qualquer coisa para garantir o acesso publico. “Primeiro tem de ser aprovado o POC e depois expropriado o terreno”, disse.
No discurso de inauguração da feira, o autarca apontou a habitação e a gestão dos recursos hídricos como as áreas prioritárias para a gestão municipal e referiu que a sustentabilidade será o “farol” das políticas camarárias.
“Apenas a sustentabilidade em todos os projectos e relações pode garantir que o sonho que perseguimos não se transformará em pesadelo”, disse Figueira Mendes.
A sustentabilidade foi também a palavra de ordem da intervenção do presidente da Assembleia Municipal. Rafael Rodrigues referiu que o concelho de Grândola “está a mudar” e que as “dores de crescimento surgem, naturalmente”, para defender, como já tinha feito há três anos, uma estratégia que assegure um desenvolvimento local sustentável.
Alentejo acelera execução do Portugal 2020
A execução do Quadro Comunitário de Apoio (QCA) Portugal 2020 está a acelerar no Alentejo, com um crescimento, no último ano e meio, de 35% para mais de 70%, revelou o presidente da CCDRA.
Ceia da Silva disse ainda que o novo QCA, Portugal 2030, está “quase finalizado” e que o Alentejo “não perde verbas, relativamente aos quadros anteriores”. O responsável da CCDRA prometeu agilidade no arranque do Portugal 2030, garantindo que o primeiro aviso será lançado “ainda este ano ou, o mais tardar, no início do próximo”.
Litoral Alentejano com 11% da ‘bazuca’
O Litoral Alentejano já tem assegurados 770 milhões de euros do PRR, conhecido por ‘bazuca’, valor que corresponde a 11% do total já contratualizado no âmbito das Agendas Mobilizadoras, deste programa comunitário de apoio à recuperação da economia portuguesa.
O número foi adiantado pelo coordenador da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR. Pedro Dominguinhos explicou que o grosso dos 770 milhões referidos são para a transição energética e que o município de Sines tem um “papel preponderante” neste total.
De acordo com o responsável, Grândola é o 7.º concelho do Alentejo com maior volume de investimento no quadro do PRR.