Resposta social acompanha jovens do quinto ao 12.º ano de escolaridade nos tempos livres e é para muitos “uma segunda casa”. Este ano reuniu 80 jovens dos 10 aos 19 anos, de várias escolas da cidade
Criada em 2001, a Área de Jovens da LATI é uma resposta social indicada para o acompanhamento dos tempos livres de jovens do quinto ao 12.º ano de escolaridade. Este espaço é, segundo Vanda Monte, coordenadora pedagógica da valência de jovens da instituição, “uma segunda casa para os jovens, um lugar de afectos em que uma equipa multidisciplinar presta todo o apoio que os jovens e as famílias precisam”.
No Centro de Actividades de Tempos Livres – Jovens, estiveram, neste ano lectivo, 80 jovens, com idades entre os 10 e os 19 anos, que frequentam diversas escolas da cidade de Setúbal. “Assentamos a nossa intervenção nos pilares da educação não formal e privilegiamos a metodologia de projecto e a aprendizagem entre pares. Temos em atenção os gostos, interesses e experiência pessoal de cada jovem, intervindo no desenvolvimento das suas competências pessoais e sociais”, refere.
Neste sentido, os projectos dinamizados têm “objectivos claros e essenciais ao crescimento destes jovens enquanto cidadãos conscientes e activos”. Todos os anos antigos utentes regressam à LATI para visitar a equipa e partilhar com os jovens “conhecimentos adquiridos e não raras vezes memórias que guardam de momentos vividos neste espaço e creio que isso diz tudo. Voltamos sempre ao lugar onde fomos felizes”, remata.
Jovens reforçam importância de ter este espaço de partilha
No ano lectivo 2021-2022, os jovens participaram em projectos que incidem na temática ambiental, através do programa Eco-Escolas, educação para a sexualidade, educação financeira, literacia digital e gestão de emoções, entre outros. A O SETUBALENSE, partilham como foram as suas experiências nas mais variadas áreas e o que este projecto lhes traz, no domínio individual e colectivo.
Beatriz Soares, aluna da Escola D. João II, começa por partilhar o gosto por “defender as causas com que me identifico e considero importantes, como problemas relacionados com ambiente, discriminação e preconceitos”. De momento acompanha o projecto Eco-Escolas mas considera que “todos os projectos que realizamos são bastante divertidos, práticos, estimulantes e acessíveis para a maior parte dos jovens”, para depois acrescentar que “na LATI defendemos que os jovens têm um papel muito importante neste mundo e conseguimos mudar mentalidades. Ao participarmos demonstramos a nossa preocupação e interesse, com muito gosto e entusiasmo, e promovemos um ambiente de partilha importante para cada um de nós e para a LATI enquanto instituição”.
Por sua vez, Vasco Sereno, de 16 anos, pratica Kravmaga e tem experiência na área musical. “A escola, a família e os amigos” assumem a maior importância na sua vida. Na LATI, integra o clube de futebol e participa em debates sobre temas como os direitos humanos, o 25 de Abril e as Eco-Escolas. Poder aprender sobre temas actuais e contribuir com as suas ideias para o sucesso das actividades é a sua principal motivação para participar, sem esquecer a mais-valia de “ganhar mais conhecimento próprio, auto-confiança e independência nas actividades” e a nível colectivo “ajudarmo-nos mutuamente para ninguém ficar para trás”.
Para Beatriz Novais, que frequenta o curso de Humanidades e participa em projectos como o Eco-Escolas e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, nesta participação activa, cativa-a “poder abrir os olhos para o mundo e aprender como melhorar a sociedade”.
Entender o outro é, segundo a jovem, “um bem essencial. Nós, jovens, devíamos ter mais conhecimento do que se passa à nossa volta e sobre como podemos futuramente ajudar”. No domínio pessoal, “faz-me crescer e saber como debater assuntos sérios que precisam da máxima atenção por parte de quem está a ouvir”, afirma.
O ginásio da Área de Jovens da LATI é, para Dumitru Butnaru, o sítio onde pratica actividade física para estar em forma para a modalidade a que se dedica: o ténis de mesa.O jovem de 14 anos integra ainda o Projecto Eco-Escolas, as colónias de férias e os passeios realizados, destacando “um projecto, no âmbito da educação para a sexualidade, que nos dá a possibilidade de pensar, falar, ter sentido crítico e dar as nossas opiniões sobre temas como igualdade de género, multiculturalidade, direitos humanos e outros”.
Diana Lopes Santos, de 11 anos, frequentou o 6.º ano neste ano lectivo na Escola Luísa Todi e aponta as “dinâmicas de grupo e a realização de jogos cooperativos e colectivos” como as principais actividades de que faz parte quando está na LATI. “No exterior, fizemos rappel, uma experiência diferente da qual gostei muito e integrei-me nos grupos de teatro, dança e meditação, que me ajudaram a descontrair e a divertir-me muito. O que me motiva a participar é isso mesmo, ocupar o meu tempo livre com algo que me divirta”, conclui.