26 Junho 2024, Quarta-feira

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Aumentam os lucros, enquanto os salários dão para menos

Aumentam os lucros, enquanto os salários dão para menos

Aumentam os lucros, enquanto os salários dão para menos

, Deputada do PCP
1 Agosto 2022, Segunda-feira
Paula Santos

Na semana passada ficámos a saber que os lucros da GALP aumentaram 153% no primeiro semestre de 2022 em comparação com o período homólogo e alcançaram o valor de 420 milhões de euros. A GALP atribui estes resultados às “condições de mercado favoráveis”, isto é, à guerra, às sanções e à taxa de inflação que atingiu níveis históricos de 30 anos, cuja fatura está a ser suportada pelos trabalhadores e o povo. É o descarado aproveitamento da guerra e das sanções para maximizar lucros.

As medidas adotadas pelo Governo foram insuficientes, designadamente a redução parcial do imposto no combustível foi absorvida pelas petrolíferas. Quem beneficiou foram as empresas petrolíferas que aumentaram os seus lucros, enquanto os preços continuaram elevadíssimos.

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A EDP teve 306 milhões de euros de lucros no primeiro semestre de 2022.

Os lucros da SONAE cresceram 89,1% no primeiro semestre de 2022 para 118 milhões de euros, mas os preços dos bens alimentares não pararam de aumentar.

Os principais bancos lucraram mais de mil milhões de euros de janeiro a junho de 2022, mais 75%, quando em 2020 e 2021 “reduziram” mais de 3000 trabalhadores e encerraram mais de 350 agências bancárias. Em 2021 havia 3530 agências bancárias, mas já chegaram a existir 6453 em 2010. Os despedimentos e o encerramento de agências bancárias deixaram muitas populações distantes dos serviços bancários.

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Os lucros da Semapa (holding que integra a Navigator e a Secil) quase que duplicaram para 141 milhões de euros.

Num contexto de agravamento das condições de vida dos trabalhadores, dos reformados e do povo, de perda de poder de compra, os grupos económicos continuam a acumular riqueza, com extraordinários lucros.

Os lucros aumentam mais isso não tem nenhuma tradução no aumento dos salários. Ao mesmo tempo crescem as desigualdades e as injustiças, quando uma pequena minoria acumula riqueza à custa da apropriação do trabalho e do empobrecimento de uma ampla maioria.

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Com os preços da eletricidade e do gás a aumentar, a alimentação cada vez mais cara, os custos com a habitação a crescer, os salários e as pensões dão para cada vez menos. Sobram dias no fim do mês e há quem já não consiga pôr comida na mesa. Não obstante esta realidade, o Governo insiste na recusa da valorização dos salários e pensões, impondo na prática um corte.

Esta realidade não é nenhuma inevitabilidade, como se não houvesse nada a fazer para a alterar. Nada disso! Há muito que pode ser feito, o que falta é vontade política do Governo PS e também de PSD, CDS, IL e CH em enfrentar os interesses dos grupos económicos, como se os seus lucros fossem intocáveis.

Combater o aumento do custo de vida exige a valorização dos salários e das pensões e o controlo e fixação de preços, em especial na definição de preços de referência para os combustíveis, removendo as componentes especulativas, na redução do IVA da eletricidade e do gás, na definição de preços de referência para os bens alimentares à taxa reduzida do IVA e na criação de uma contribuição extraordinária sobre as empresas petrolíferas.

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