Vivemos tempos de alerta!

Vivemos tempos de alerta!

Vivemos tempos de alerta!

26 Abril 2022, Terça-feira
Eurídice Pereira

Comemorou-se a passagem do 48.º aniversário do 25 de Abril, que libertou o País da ditadura.

A Assembleia da República, órgão de soberania representativo da vontade popular, registou a data com uma sessão solene e os partidos políticos, que reganharam a legalidade por efeito da revolução, pronunciaram-se sobre a efeméride com inteira liberdade.

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Liberdade que até à revolução lhes estava totalmente coartada, pelo reconhecimento de um único partido político, a União Nacional, que em mero acto cosmético o sucessor de Salazar, Marcelo Caetano, alterou o nome para Acção Nacional Popular, bem como à polícia política, a PIDE, para DGS.

É útil recordar esta realidade porque mesmo as pessoas de 50 anos, tinham apenas 2 anos de idade quando a Revolução teve lugar.

Já não viveram, por exemplo, se forem do género masculino, a convocação para o serviço militar obrigatório, durante dois anos, estendido por vezes para quatro, nem as do género feminino tiveram de ser confrontadas com a impossibilidade de serem magistradas ou diplomatas e – pasme-se – se casadas deverem ter autorização dos cônjuges para se ausentarem para o estrangeiro ou exercerem o comércio.

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O detonador do 25 de Abril foi, no mais profundo dos sentimentos populares, o anseio do povo português à liberdade, a profunda oposição à guerra colonial e a recriação de melhores condições de vida, perante um País de facto subdesenvolvido, em que 30% dos cidadãos eram totalmente iletrados.

Saudamos, por isso, os militares do 25 de Abril de forma calorosa!

De então para cá deram-se passos muito expressivos.

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Só que a democracia, tal como invocava o Winston Churchill, que é proveitoso relembrarmos, porque a ele devemos muito do contributo da vitória sobre o regime nazi, “ a democracia é a pior forma de governo, à excepção de todas as demais”.

É também útil relembrar, e não apenas aos jovens, que esta frase nos convoca à vigilância permanente para a defesa da democracia, regime sempre inacabado e, naturalmente, também ele imperfeito.

Registemos, porque os tempos presentes o aconselham, as vitórias passadas não garantem em democracia vitórias futuras.

Mário Soares, quando premonitoriamente transformou a Acção Socialista Portuguesa, que também havia criado com Tito de Morais e Ramos da Costa, no Partido Socialista Português a um ano da revolução do 25 de Abril, disse-nos, e bem, “que só é vencido quem desiste de lutar”.

A democracia é também, por isso, um regime em que as vitórias podem ser efémeras e as derrotas darem causa em vitórias nos próximos combates.

E é tanto mais importante não esquecer as ‘regras do jogo’ quanto é certo vivermos actualmente uma fase de transição global que, ao que tudo indica, envolverá uma recomposição geoestratégica e espero profundamente que conduza ao reforço da União Europeia e às relações euro-atlânticas, com salvaguarda das regras do direito internacional.

E a propósito, constatarmos que a invasão da Ucrânia, estado soberano e independente, esteja a ser massacrado e com ele o seu povo, que corajosamente se bate contra o inqualificável e traiçoeiro ataque de que é objecto!

Neste domínio não se pode estar em simultâneo do lado do agressor e do agredido.

A escolha, por razões de direito, de princípio e de valores, é só uma – pela Ucrânia e pelo seu povo. E dizê-lo em Abril não é um “insulto” é um grito de respeito pelos povos.

Viva, por tudo, o 25 de Abril e também o PS, um partido de Abril, nascido em Abril!

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