Este é meu primeiro artigo de opinião para o jornal O Setubalense e, por esse motivo, acho que se justifica um pequeno enquadramento sobre o momento em que vivemos no nosso distrito de Setúbal, obviamente, na minha visão.
As eleições legislativas de janeiro poderão ter inaugurado um novo ciclo político no distrito de Setúbal – um ciclo em que, pela primeira vez, desde 1976, um partido liberal representa parte dos seus eleitores.
Até janeiro de 2022, Setúbal foi representado na Assembleia da República por partidos que sempre colocaram o Estado como a primeira, e muitas vezes única, entidade capaz de resolver todos os problemas da sociedade. Agora, Setúbal, está representado, também, por um partido que considera que as pessoas devem estar no centro da ação política e que, sendo responsáveis pelas suas escolhas, devem ter toda a liberdade para encontrar o seu próprio caminho, dentro do respeito pelos direitos e liberdades dos outros.
O crescimento da Iniciativa Liberal é consequência da afirmação uma geração cada vez mais informada, conhecedora de outras realidades, europeias e mundiais, onde propostas como as que a Iniciativa Liberal defende já são aplicadas há décadas e com resultados bastante positivos, por oposição aos resultados negativos das políticas comunistas e socialistas.
No distrito de Setúbal, ao fim de quase 50 anos de representação parlamentar e de governação autárquica dominadas pela esquerda, os resultados estão à vista. Um outrora vigoroso e inovador polo industrial é hoje a quarta região mais pobre do país. Um distrito onde as desigualdades socioeconómicas são evidentes e onde proliferam bairros degradados que ofendem a dignidade humana e que são inaceitáveis numa sociedade que se diz desenvolvida. Um distrito onde as taxas de insucesso e abandono escolar são superiores à média nacional e onde, nos hospitais, são frequentes os encerramentos de urgências ou demissões de órgãos dirigentes.
É este panorama que a Iniciativa Liberal quer mudar, correspondendo à vontade dos seus eleitores. No distrito de Setúbal, em apenas dois anos, a Iniciativa Liberal, cresceu de 4.133 votos para 22.217 votos. Um resultado que reflete a confiança nas ideias e a esperança na mudança.
Uma mudança assente em mais liberdade individual. Uma liberdade que permita escolher o projeto educativo que melhor se adequa aos nossos filhos ou o hospital onde queremos ser tratados. Uma liberdade que permita, através do trabalho, subir na vida, sem condicionalismos burocráticos do Estado ou sem sermos asfixiados em impostos. Uma liberdade que não limita as pessoas pela sua origem social, opção política, património, raça, etnia, religião, orientação sexual ou qualquer outra característica. Uma liberdade para todos, em todas as suas vertentes.
Sim, o Liberalismo veio para ficar, porque funciona e faz falta, a Setúbal e a Portugal.