Um partido enraizado nas massas

Um partido enraizado nas massas

Um partido enraizado nas massas

23 Fevereiro 2022, Quarta-feira
Bruno Dias

Depois das eleições passámos um mau bocado. Não estou a falar de 2022, mas de 1958. No final desse ano, a vaga de repressão veio com a raiva fascista. Isto aconteceu na sequência das “eleições-burla” de 1958, em que Salazar tentava orquestrar um simulacro fraudulento de “abertura” para inglês ver.

Depois da imensa jornada de luta, de coragem e unidade antifascista que foi a campanha de Humberto Delgado, veio o ataque revanchista: a PIDE fez centenas de prisões.

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Os comunistas foram os principais alvos dessa ofensiva e em Dezembro de 1958 foram presos destacados dirigentes do partido e dezenas de militantes clandestinos. Mas a malta não desistiu, e retomou, ainda e sempre, aquela resposta antiga que apontava o caminho: é nas massas que nos enraizamos.

Na vida concreta das empresas e locais de trabalho, na vida concreta das escolas, na vida concreta das ruas e dos bairros, onde os problemas são sentidos e têm de ser enfrentados. Era ali que estávamos e é aí que estamos.

Durante os momentos mais duros, em que os “donos do país” chegaram a proclamar o fim e desaparecimento do PCP, era o enraizamento no seio dos trabalhadores (sim, na classe operária!) e a capacidade de dar força e rumo às suas lutas que traziam, outra e outra vez, a capacidade de resistir e avançar.

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Foi assim em 1940, quando o governo declarou que o PCP estava definitivamente liquidado e Hitler avançava pela Europa. Foi assim em 1949, quando Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro, Sofia Ferreira foram presos pela PIDE e Salazar apresentava-se fundador da NATO.

Foi sempre assim, e sempre este colectivo (re)encontrou nas fábricas, nos campos, nas escolas, nas lutas concretas, a raiz para crescer mais forte e mais amplo.

E é lá na luta de todos os dias que nos vão encontrar, com a nossa iniciativa política, com a força organizada que possuímos e com a determinação que dispomos para recuperar posições e avançar, contando com a mobilização de todos – mesmo daqueles que no dia 30 não pensaram que fosse decisivo dar-nos mais força.

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Fazem falta agora, e vão fazer. Seja em que circunstâncias for, olhamos para os problemas do nosso povo e da nossa pátria, e estaremos à altura de responder à construção da alternativa patriótica e de esquerda, da democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, à luta pelo socialismo e o comunismo.

Os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP e a sua intervenção decisiva na defesa e afirmação dos seus direitos. Hoje, como sempre, é no PCP que se encontrará essa força de todos os dias sempre com a luta dos trabalhadores e do povo em defesa dos seus interesses e aspirações.

Esta é a nossa história de 100 anos. Ou melhor: dos primeiros 100 anos. Enfrentámos tempos terríveis e resistimos. Avançámos e alcançámos avanços históricos para o país e o mundo. Prosseguimos e luta para defender avanços e construir um futuro melhor.

E é este centenário que celebramos, e em que ganha uma importância especial o grande Comício que terá lugar no dia próximo dia 6 de Março.

Naquele domingo à tarde, todos os caminhos vão dar a Lisboa, ao Campo Pequeno, para uma grande iniciativa pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, contra a exploração e o empobrecimento, pela ruptura com a política de direita, por uma política alternativa, pela liberdade, a democracia e o socialismo. Lá estaremos então: no centenário e na luta.

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