1 Julho 2024, Segunda-feira

- PUB -
Trabalhadores aprovam greve contra despedimento colectivo na Carl Zeiss de Setúbal

Trabalhadores aprovam greve contra despedimento colectivo na Carl Zeiss de Setúbal

Trabalhadores aprovam greve contra despedimento colectivo na Carl Zeiss de Setúbal

Acção de protesto, em data a definir, foi decidida durante uma concentração realizada hoje à porta da empresa

 

Dezenas de trabalhadores da fábrica de lentes oftálmicas Carl Zeiss, em Setúbal, aprovaram hoje uma greve parcial, em data a anunciar, em protesto contra a intenção da empresa de avançar com um despedimento colectivo de seis trabalhadores.

- PUB -

A decisão foi tomada numa concentração junto à empresa em que os trabalhadores consideraram não haver qualquer razão plausível para um despedimento colectivo, que, alegadamente, visa apenas afastar delegados sindicais e os funcionários que mais têm contestado a intenção da Carl Zeiss de avançar para a laboração contínua.

“O que se passa aqui na Carl Zeiss de Setúbal é um despedimento colectivo de seis trabalhadores, que não tem ponta por onde se pegue”, disse à agência Lusa o coordenador da União de Sindicatos de Setúbal (USS), Luís Leitão.

“A empresa anda há cerca de um ano a implementar a laboração contínua, mas não consegue porque isso não está previsto no Acordo de Empresas (AE) e não se justifica qualquer regime de laboração contínua na óptica”, acrescentou Luís Leitão, salientando que o verdadeiro objectivo da empresa é “deixar de pagar o trabalho extraordinário”.

- PUB -

De acordo com o coordenador da USS, o processo de despedimento colectivo abrange seis trabalhadores – dois delegados sindicais, dois trabalhadores que mais se têm manifestado contra a laboração contínua e mais dois que estão com baixa de longa duração -, porque a empresa precisava de um mínimo de cinco trabalhadores para poder avançar com o referido despedimento colectivo.

Não é um despedimento colectivo é um despedimento muito selectivo”, frisou o sindicalista da USS, salientando que o sector da óptica em Portugal “não tem regime de laboração contínua”.

De acordo com a USS, a Carl Zeiss tem actualmente 127 trabalhadores e quer contratar mais 33, pelo que o despedimento colectivo só se pode entender como um processo que visa efectivamente afastar dois delegados sindicais e trabalhadores mais reivindicativos.

- PUB -

A deputada do PCP eleita por Setúbal, Paula Santos, marcou presença na concentração de trabalhadores da Carl Zeiss e defendeu que o despedimento colectivo visa “afastar trabalhadores que sejam incómodos, trabalhadores que foram reivindicativos e delegados sindicais”.

“Mas a nossa Constituição protege os direitos laborais e protege os direitos sindicais”, frisou a deputada comunista, que considerou o despedimento colectivo na Carl Zeiss em Setúbal “um profundo desrespeito pelos direitos que estão consagrados na legislação portuguesa”.

Paula Santos referiu ainda que o PCP já questionou o Governo sobre o despedimento colectivo na fábrica da Carl Zeiss e reiterou a ideia de que se trata de um “desrespeito pela legislação portuguesa, que tem de ser travado”. GR/EA

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -