Portugal prepara-se para ir a eleições no início de 2022. Os partidos políticos organizam-se de forma a responder a este desafio determinante para definir quem nos governará, espera-se, nos próximos quatro anos. Em 2015, quando António Costa decidiu experimentar uma solução de governação inédita, ninguém imaginaria que tal proposta duraria seis anos e seria responsável por tantas medidas importantes para a vida dos portugueses.
A denominada “gerigonça” mostrou que, quando há sentido de responsabilidade e se coloca o bem do País em primeiro lugar, são possíveis entendimentos inesperados. Mostrou que, com todas as limitações que isso acarreta a quem está no poder, é possível conciliar o normalmente inconciliável e devolver às pessoas o que a Troika e a direita lhes tiraram.
Provou que a nossa democracia tem caminhos por explorar e proporcionou uma relevância nunca experienciada precisamente às forças políticas que agora decidiram pelo fim dessa solução, que foi válida e positiva durante um período mais longo do que a maioria dos governos já empossados no nosso País.
A atual rutura, que resulta na dissolução do Parlamento, embora deva ser encarada com toda a naturalidade democrática, é negativa para todos, porque cria uma crise política num período já de si delicado, após dois anos perfeitamente traumáticos em que tivemos de lutar contra um inimigo tão difuso quanto pernicioso, como a pandemia de Covid 19 e tudo o que esta acarretou – acarreta ainda – na vida e na economia de Portugal e do resto do Planeta.
E, não nos esqueçamos: durante os tempos mais negros, foi precisamente a “geringonça” liderada pelo PS que nos levou a porto seguro, respondendo de forma cabal a exigências nunca imaginadas em termos de saúde pública e apoio social.
Com o chumbo do Orçamento de Estado, prevalecem agora as estratégias políticas dos partidos à esquerda do PS em detrimento do bem geral.
Quem assim procede, defrauda as expetativas que os portugueses depositaram numa maioria parlamentar de esquerda e pode abrir a porta às políticas de direita, cegas a tudo o que não sejam números e metas orçamentais.
O PS nunca quis correr este risco, não se revê nestas opções e tudo fará para as contrariar, sendo o garante da estabilidade que todos precisamos.
Posto isto, de nada vale olhar para trás lamentando o que aconteceu.
Portugal não pode parar e o essencial é que se olhe para a frente e se veja de que forma podemos contribuir para que o País se erga, suplante a perturbação política criada e possa rapidamente encontrar a segurança que necessita.
O Partido Socialista está já concentrado em continuar o enorme trabalho desenvolvido nos últimos seis anos, mostrando que os portugueses podem e devem continuar a contar com o PS para repor direitos, atenuar sacrifícios e construir o futuro.
Durante as duas últimas legislaturas, o Partido Socialista provou à evidência que é uma força política fiável e confiável, capaz de governar com contas certas e com a serenidade necessária para os mais complexos acordos.
Agora, vai voltar a provar a sua competência, levando o País para a próxima etapa.
Vai ser capaz de sair das próximas eleições legislativas legitimado e reforçado pelo voto popular, que vai saber escolher o equilíbrio que só o PS consegue proporcionar e que é essencial para que o País consiga executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A boa concretização deste plano é primordial para continuar na senda do crescimento económico que a governação à esquerda permitiu, para prosseguir com o combate à precaridade e pela criação de emprego; para ultrapassar o impacto negativo da pandemia e assegurar os compromissos com os nossos parceiros europeus, mas sobretudo, o PRR é fundamental para criar bases sólidas e inabaláveis para que Portugal cumpra com o seu potencial.
Vai mostrar que é capaz de tudo isto e, ainda, de ir mais além, porque tem a capacidade, a tranquilidade e a ambição necessárias para relançar o País e a vida das pessoas, com uma esperança redobrada numa governação estável e com a justiça social que é nosso apanágio.
Estamos do lado certo da história e, a cada momento e com a conjuntura política que os resultados eleitorais proporcionam, procuraremos sempre as melhores soluções para o País.
Os portugueses sabem que podem confiar no PS, porque o futuro dos portugueses é a nossa prioridade!