Parcela com 13 500 metros quadrados pretende contribuir para a recuperação do clube, assim como a continuidade da promoção de actividades desportivas
O Vitória Futebol Clube vai receber uma parcela de terreno por parte do município de Setúbal, localizada na Quinta do Meio, na freguesia do Sado, e avaliada em quase 350 mil euros, que será utilizada para “construção”. A decisão, deliberada na reunião de câmara da passada quarta-feira, foi aprovada com os votos a favor da CDU e PS e a abstenção do PSD.
A entrega da parcela, “com uma área de 13 500 metros quadrados e cujos terrenos se encontram baldios e sem qualquer utilização”, tem como objectivo “contribuir para a recuperação [do Vitória] e continuidade da promoção de actividades desportivas, de reconhecido serviço de grande interesse da população”.
Esta doação, solicitada à autarquia pelo VFC, vem juntar-se aos “65 lotes de terreno” cedidos no passado ano ao clube, no sentido de “ajudar a superar algumas garantias para a [sua] inscrição”, relembrou Maria das Dores Meira, presidente da edilidade.
“Tem vindo a ser feito um esforço muito grande no sentido do seu funcionamento. Agora, a Câmara Municipal vem dar aqui mais um apoio”, reforçou. No que diz respeito à estratégia do clube, a autarca diz considerar que esta “está a caminhar” e que a autarquia está a “dar o apoio possível”.
“Este [apoio] era prometido há meses, se o Vitória continua-se a demonstrar que se estava a reorganizar. Já tinham pedido o resto do loteamento para ajudar nessa reorganização. Nós precisámos de ver efectivamente se as coisas estavam a andar e, portanto, têm dado provas desse melhoramento”, acrescentou.
Sobre o futuro, a edil apenas refere que cabe ao Vitória de Setúbal “decidir o seu rumo e destino”. “Tem de apresentar um plano. Não pode ser a Câmara Municipal a fazer isso, mas o Vitória sempre pediu o apoio da autarquia e sempre o obteve, independentemente do partido”, sublinhou.
Já da parte da bancada socialista, o vereador Paulo Lopes disse apoiar a proposta, como tem “apoiado todas as que ajudam o Vitória a superar todas as situações difíceis”.
“Lembrando o que dissemos aqui há um ano, nós cedemos os lotes e esperamos que os vitorianos tenham consciência de que o futuro do seu clube depende muito das nossas decisões, dos sócios e dos responsáveis”, salientou.
O PSD, por sua vez, na voz de Rui Lamim, em substituição de Nuno Carvalho, absteve-se à cedência do terreno ao clube sadino, por considerar o apoio como “uma medida pontual”.
“Em acrescente ao apoio dado em 2020 de 801 mil euros, esta ajuda é mais uma medida pontual. Não é com medidas pontuais que vamos salvar o Vitória”, explicou o social-democrata.
Em seguida, afirmou: “Precisamos de saber qual é o plano total, um plano coerente, um plano com garantia de que podemos salvar o Vitória”. “É mesmo preciso definir uma estratégia segura, que possa levar o Vitória a avançar passo a passo, para tomar aquela posição da qual nunca deveria ter saído. Não é com estes movimentos, em termos dos seus montantes em euros, que garantimos a viabilidade e o sucesso do Vitória Futebol Clube”, considerou, a concluir.