Ao iniciar este artigo de opinião, deparei-me com as várias conotações da palavra “dignidade”.
O título “Cuidar com dignidade…”, embora muito abrangente, vou orientá-lo para a relação de ajuda no cuidar em enfermagem e a sua importância no contexto da sociedade atual.
12 de maio, Dia Internacional do Enfermeiro e na base de uma evolução teórica e de conhecimento que se tem vindo a desenvolver, deve-se dar uma nova dimensão à enfermagem como ciência.
O caminho percorrido tem sido árduo, mas vencível no sentido de uma afirmação da enfermagem como profissão.
O conceito de cuidar, também tem sofrido alterações e como afirma COLLIÈRE, Marie-Françoise “cuidar da vida está na origem de todas as culturas. Desde o início da humanidade, os homens e as mulheres esforçavam-se para sobreviver…”. O exercício profissional da enfermagem, estabelece uma relação interpessoal entre um Enfermeiro e uma pessoa ou em certos casos com pessoas.
Segundo o Código Deontológico do Enfermeiro (artigo 78.º), “1- As intervenções de enfermagem são realizadas com a preocupação da defesa da liberdade e da dignidade da pessoa humana e do enfermeiro; 2- São valores universais a observar na relação profissional: A igualdade; A liberdade responsável, com a capacidade de escolha, tendo em atenção o bem comum; A verdade e a justiça; O altruísmo e a solidariedade; A competência e a o aperfeiçoamento profissional”. Há a existência humana e a prática de enfermagem assenta nesse valor e na qualidade dessa existência.
Para HESBEEN, Walter “é ir ao encontro de outra pessoa para a acompanhar na promoção da sua saúde” e ainda segundo o mesmo autor ”cuidar é uma atitude, uma maneira de estar na vida que induz a um verdadeiro olhar para o outro e para o mundo”.
São apenas alguns pontos de partida para um desafio nesta sociedade. O desenvolvimento cientifica técnico e relacional da profissão tem acompanhado em paralelo a evolução atual da sociedade.
Em opinião pessoal, pensar hoje “Cuidar com dignidade…”, é pensar que todos os cidadãos são merecedores de respeito e a profissão deve ocupar o seu espaço e reconhecer a pessoa como um Ser Humano.
Florence Nightingale revolucionou e conseguiu o respeito pela profissão. A sociedade atual continua a merecer uma profissão mais comprometida com os seus valores e a exigência faz parte do desafio colocado.