Acordo pretende contribuir para o reconhecimento das boas práticas da produção de carne de porco
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, afirmou ontem que o País tem de “congregar esforços para impulsionar a transição para uma economia limpa”, na assinatura de um Roteiro Ambiental para a Suinicultura, no Montijo.
“Nós não nos podemos esquecer que é para servir as pessoas que todos nós, independentemente de assumirmos funções públicas ou privadas, temos de congregar e unir os nossos esforços, porque, claramente, nós temos de ser capazes de impulsionar a transição para uma economia limpa e circular para o uso eficiente dos recursos”, disse.
O uso eficiente dos recursos é fundamental “para recuperar e promover a biodiversidade, para podermos diminuir a poluição, para podermos ter um maior aproveitamento do potencial associado à biomassa e aos biocombustíveis”, defendeu Maria do Céu Antunes.
“Estamos todos convocados para podermos construir um sistema alimentar que seja mais saudável e mais sustentável, que dê uma resposta àquilo que são os efeitos das alterações climáticas na protecção do ambiente e na preservação da biodiversidade e que proporcione um rendimento mais justo ao produtor, mas que seja equilibrado para o consumidor”, acrescentou a ministra.
“Precisamos de respostas de desenvolvimento sustentável, que é a mesma coisa, para mim, que dizer de equilíbrio, de balanço, entre as três dimensões que me parecem fundamentais: a economia, o ambiente e a resposta social”, defendeu a ministra da Agricultura, após a assinatura do protocolo do Roteiro Ambiental para a Suinicultura, que decorreu nas instalações da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), no concelho montijense.
Segundo a FPAS, que coordena o projecto, a assinatura do Roteiro para a Sustentabilidade Económica e Ambiental das explorações suinícolas deverá permitir a convergência de estratégias entre a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Évora e Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, no sentido de um desenvolvimento sustentável do sector primário e dos princípios da economia circular.
Na prática, pretende-se promover a cooperação das entidades signatárias para o estudo de práticas ambientais em suinicultura, participação em projectos de investigação científica ou de desenvolvimento experimental, contribuindo para a melhoria e o reconhecimento nacional e internacional das boas práticas da produção de carne de porco em Portugal.
O presidente da FPAS, David Neves, acredita que este roteiro vai permitir “desenvolver um guia de acções preconizadas pelos empresários suinícolas nas suas explorações, que visem a redução das emissões de C02 em 55%, tendo por base os valores de 1990 no horizonte 2030”.
O Roteiro Ambiental para a Suinicultura, segundo David Neves, visa ainda promover a “reciclagem e valorização de nutrientes produzidos pela actividade, substituindo o recurso a fertilizantes de síntese em mais de 50%”.
GR / Lusa