PENSAR SETÚBAL: Vitória Futebol Clube: a minha narrativa (Parte III)

PENSAR SETÚBAL: Vitória Futebol Clube: a minha narrativa (Parte III)

PENSAR SETÚBAL: Vitória Futebol Clube: a minha narrativa (Parte III)

, Professor
17 Maio 2021, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Hoje vamos concluir um total de três crónicas sobre o nosso Vitória. Mas não pensem que irei ficar por aqui.

Nestes catorze anos consecutivos que escrevo no “Setubalense”, já devo ter escrito centenas de crónicas sobre o Vitória Futebol Clube. Irei escrever ainda mais, sem nunca me cansar.

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Vamos reflectir sobre a falta de estabilidade recorrente no nosso clube.

Vejamos quais foram os presidentes do Vitória, quer de Direcção, quer de Comissão de Gestão, desde o 25 de Abril de 1974 até à actualidade: António Xavier de Lima, Silvério Jones, Sérgio Pintado, Henrique Soudo, Luís Nunes, Fernando Pedrosa, Fernando Oliveira, Manuel Aurélio Cruz, Justo Tomás, Sousa e Silva, Jorge Goes, Chumbita Nunes, Jorge Santana, Carlos Costa, Luís Lourenço, Fernando Oliveira, Vítor Hugo Valente, Paulo Gomes, Paulo Rodrigues, Carlos Silva.

Se efectuarem umas contas simples, verificarão que tivemos uma direcção/comissão, em média, por cada dois anos aproximadamente.  47 anos/20 presidentes

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Ora, não há qualquer hipótese de sucesso, a médio e a longo prazo, com este número tão elevado de estruturas directivas.

E um exemplo extremo do que acabei de referir, encontra-se no número de treinadores que tivemos, por exemplo, desde 1985, a saber:  Manuel Oliveira, Fernando Tomé, Malcom Allison, Manuel Fernandes, Quinito, José Romão, Neca, Raúl Águas, Abel Braga, José Barrios, Diamantino, Quinito, Mário Reis, Carlos Cardoso, Rui Águas, Jorge Jesus, Luís Campos, Diamantino, Carlos Cardoso, Carlos Carvalhal, José Couceiro, José Rachão, Norton de Matos, Hélio Sousa, António Conceição, Carlos Cardoso, Carlos Carvalhal, Daúto Faquirá, Carlos Cardoso, Carlos Azenha, Manuel Fernandes, Bruno Ribeiro, José Mota, José Couceiro, Domingos Paciência, Bruno Ribeiro, Quim Machado, José Couceiro, Lito Vidigal, Júlio Velasquez, Albert Meyong, Lito Vidigal, Alexandre Santana.

Ou seja: em 36 anos tivemos 43 treinadores, o que perfaz pouco mais de um treinador por ano, em média.

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Caros Vitorianos, assim não há qualquer hipótese de sucesso.

Nos anos de maiores sucessos desportivos consecutivos do Vitória, tivemos só dois treinadores: Fernando Vaz e José Maria Pedroto.

O Vitória tem de possuir uma excelente escola de formação das camadas jovens, bem como um conjunto de “olheiros” motivados e muito bem coordenados.

Por último, são necessários disciplina e rigor; estes pré-requisitos são indispensáveis para que se consiga efectuar um trabalho estrutural, de fundo. Senão com a voragem dos tempos que correm, em que não temos tempo sequer para pensar, estaremos sempre, no presente, a hipotecar o nosso Vitória, no futuro.

Ao longo destes anos, as estruturas dirigentes do futebol encararam sempre o Vitória como um empecilho; estavam sempre esperançadas que haveríamos, mais tarde ou mais cedo, de descer de divisão, dada a nossa proverbial instabilidade.

Nunca lhes fizemos a vontade.

Desta vez, colocámo-nos a jeito e mesmo tendo vencido em campo a B-SAD, numa semana rapidamente nos enxotaram para a 3ªLiga.

Ainda tenho presente o ar de satisfação de Pedro Proença quando isso aconteceu.

Nessa ocasião, o presidente da República de Cabo Verde, Jorge Fonseca, telefonou-me e sentia-se como se lhe tivessem atirado um pedregulho à cabeça.

 

Caro amigo vitorianos. Não sei quando, nem onde, nem como, nem com quem, mas existe algo do qual estou perfeitamente convicto; haveremos de regressar ao lugar que é nosso, por direito.

Seremos sempre, orgulhosamente, o Vitória Futebol Clube.

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