Vinho eleito Melhor Tinto já tinha ganho o Cisne de Ouro no concurso Prodexpo. 2017 tem tudo para ser um novo melhor ano de sempre para a cooperativa, em termos de prémios e vendas
O vinho Adega de Pegões Syrah 2013 distinguido como Melhor Tinto no XVII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal, cujos prémios foram atribuídos há pouco tempo pela Comissão Vitivinícola Regional em Palmela, havia já conquistado o prémio mais alto do concurso russo Prodexpo 2017, que se realizou em Fevereiro deste ano.
A dupla premiação, internacional e regional, foi aliás destacada por Jaime Quendera, gerente e enólogo da Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, nas primeiras reacções à chuva de prémios conseguidos no concurso da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS). “O Melhor Tinto foi o Syrah 2013 que, curiosamente, ganhou o Melhor Tinto na Rússia”, afirmou o enólogo.
No referido concurso russo de vinhos e bebidas espirituosas, a Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, sediada no Montijo, foi a primeira empresa portuguesa a conquistar o Grand Prix, o chamado Cisne de Ouro, o mais alto prémio atribuído pelo concurso. Na altura, Jaime Quendera partilhou a sua satisfação, considerando que tal feito representava, “mais uma vez, a distinção dos vinhos de Pegões e de Setúbal”.
O Syrah 2013 pertence à gama alta da Adega de Pegões e é considerado “o melhor vinho Syrah” alguma vez produzido na adega. É descrito como um vinho concentrado, denso, cheio e único, com notas de frutos vermelhos e pretos muito maduros, notas de compota e um fim de boca muito prolongado.
O segredo deve-se, em grande parte, à qualidade característica desta casta, “que está muito bem na região de Setúbal e é de consenso internacional, o que leva a que seja a mais distinguida em prova cega”. Além disso, o Syrah 2013 resultou de uma colheita de baixa produção, e quando assim é, “a concentração é maior a nível de qualidade”, explicou Jaime Quendera.
De referir que no concurso Prodexpo 2017 concorreram 231 produtores, russos e internacionais, com cerca de 950 bebidas provenientes de países de todo o mundo, desde o Japão aos Estados Unidos. Da Rússia para Portugal, o novo prémio atribuído pela CVRPS ao mesmo vinho representou um resultado “excelente”, para o qual foi decisiva a qualidade das uvas e o trabalho levado a cabo por todos os profissionais da Adega de Pegões.
Mas o Adega de Pegões Syrah 2013 não foi o único vinho a conseguir um dos mais altos prémios do XVII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal. O Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2016 também venceu o prémio de Melhor Branco, colocando a empresa no TOP5 dos melhores produtos do concurso.
A eles se juntaram os vinhos Adega de Pegões Grande Reserva 2013, Adega de Pegões Alicante Boushet 2014 e Contemporal Selection 2012, com medalhas de ouro, e os vinhos Rovisco Pais Reserva 2013, Vinhas de Pegões Touriga Nacional 2015, Fontanário de Pegões Reserva 2013, Vinhas de Pegões Colheita Seleccionada 2014 e Fonte do Nico 2016 com medalhas de prata.
Contas feitas, a Adega de Pegões, que na edição de 2016 do Concurso de Vinhos da Península de Setúbal tinha sido a empresa mais premiada, manteve o número de medalhas (dez) e ficou em segundo lugar na tabela, logo a seguir à Casa Ermelinda Freitas.
“Foi o melhor concurso que nós tivemos desde sempre, com cinco medalhas de ouro e cinco medalhas de prata. Para nós foi excelente. É o reconhecimento do nosso trabalho de há muitos anos”, disse Jaime Quendera aos jornalistas após receber os prémios.
A cooperativa, presidida por Mário Figueiredo e com Maria Helena Oliveira e Carlos Pereira como membros da Direcção, está com efeito a registar um novo ano de alto desempenho a nível de prémios, à semelhança de 2016, em que ganhou mais de 200 prémios e incontáveis troféus. Só num período de cinco anos a empresa coleccionou mil troféus, mantendo-se como uma das adegas mais premiadas na última década, com mais de 500 prémios conquistados em todo o mundo.
Fundada em 1958, nos últimos 15 anos a cooperativa levou a cabo uma estratégia de modernização dos sistemas de produção e estabilização financeira com o objectivo de melhorar a qualidade dos vinhos da marca.
Possui uma área vinícola de 1117 hectares que produzem em média 11.000.000 quilos de uva, crescendo a uma média de 50 hectares por ano, o que representa 700 toneladas a mais nos anos de plena produção. A cooperativa vende 65% da sua produção engarrafada para o mercado nacional e exporta 35% para 40 países, da Europa à América do Sul e passando por África e Ásia.
Os vinhos em detalhe
O Adega de Pegões Syrah Tinto 2013, Melhor Tinto, e o Adega de Pegões Colheita Seleccionada Branco 2016, Melhor Branco, eleitos no XVII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal organizado pela CVRPS, têm em comum a origem nas vinhas plantadas em solos arenosos, mas ricos em água, no clima mediterrânico da região.
O Adega de Pegões Syrah Tinto 2013 apresenta uma cor granada. Os 12 meses de envelhecimento em pipas de carvalho americano e francês, seguidos de quatro meses em garrafa, garantem-lhe a conservação do sabor ao longo de sete anos. Este vinho, com 14% de teor de álcool, acompanha bem pratos de caça, carnes vermelhas e queijos e deve ser servido entre os 16 e 18 graus.
O Adega de Pegões Colheita Seleccionada Branco 2016 apresenta uma cor citrina/palha e tem um aroma frutado fresco e um paladar encorpado com estrutura, sendo fresco e persistente no final. O envelhecimento faz-se durante quatro meses em madeira com Batonage e a longevidade prevista é de entre três e cinco anos. Com 13% de teor de álcool, acompanha bem pratos de peixe mais consistentes, como caldeiradas e peixe no forno, e alguns queijos, devendo servir-se a 14º graus. A garrafa deve ser conservada deitada.