Sou um millennial e trabalho no sector imobiliário. Tendo sido comprador e
vendedor ainda antes de entrar neste ramo, sei quais são as expectativas que
alguém da minha geração tem. Por isso se nasceu entre 1980 e 2000 continue a
ler.
Possivelmente está a aguardar o momento em que a “bolha” rebenta para
comprar uma casa. Ora, apesar de essa poder vir a ser uma hipótese, pois não
excluo cenários nem faço previsões, acredito que a ocorrer, será daqui a alguns
anos.
Assim sendo, a um millennial restam poucas hipóteses, arrendar um dos poucos
imóveis disponíveis no mercado a valores difíceis de suportar e possivelmente ter
de partilhar a casa, ou comprar algo que não é o ideal para o seu gosto.
Comprar uma casa não é decisão que deva ser tomada de ânimo leve, mas é um
passo que qualquer jovem quer tomar para obter independência da família, apesar
dos seus rendimentos.
Todos temos a ideia que comprar uma casa à nossa medida deve ser algo ao
alcance de todos, no entanto, e apesar de concordar com a parte de ser
necessário estar “ao alcance de todos”, não digo o mesmo sobre o estar “à nossa
medida”.
Assim sendo, acredito que ao procurar uma casa deve ter em conta o que precisa
ter, e não o que quer ter. Isto porque mesmo que tivesse tudo o que deseja, daqui
a alguns anos estará a vendê-la para se mudar para outro local. Então para quê
suportar o esforço financeiro?
Mais, muitas vezes uma grande lista de requisitos torna impossível encontrar uma
solução, levando-nos a arrendar “por agora” até que a situação se torna
semipermanente.
Então tome a decisão de comprar o que pode comprar e não mais, sabendo que
quando vender recupera parte do que gastou para investir na tal casa ideal,
supondo claro, que se verifica uma estabilização de preços no mercado.