Cerimónia restrita, devido à pandemia, marcou início das celebrações
Criado em 1621, o Corpo de Fuzileiros assinalou na manhã do último domingo, no Barreiro, os seus 400 anos, no decorrer de uma cerimónia singela que teve lugar nas instalações da Escola de Fuzileiros de Vale de Zebro. A celebração teve por objectivo dar início às comemorações da data de criação do Terço da Armada da Coroa de Portugal – que originou o nascimento dos actuais Fuzileiros –, que se vão prolongar até 17 de Abril de 2022.
O acto solene, que decorreu de forma restrita devido ao contexto actual da pandemia, foi presidido pelo Almirante António Mendes Calado, Chefe-do-Estado Maior da Armada. Aquela que foi a primeira Unidade Militar, criada com carácter permanente em Portugal, completa este ano quatro séculos ao serviço do País, numa “longa e brilhante história, merecedora das mais altas condecorações nacionais”. Na altura, foi também realçado o seu percurso, marcado pela “capacidade militar, de louvor e abnegação, em todas as circunstâncias que a Pátria o exigiu”, quer na paz e na guerra, como no mar e em terra.
A sessão incluiu a deposição de uma coroa de flores junto ao Monumento do Fuzileiro, seguindo-se uma missa ao ar livre por D. Rui de Valério, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, que recordou com “respeito e gratidão” todos os mortos que deram a sua vida em defesa da Pátria.
O momento foi igualmente marcado pelo içar da bandeira comemorativa daquele aniversário, pela Guarda de Honra, constituída por militares que envergaram uniformes do Terço Real e da Brigada Real da Marinha, da campanha da Guerra Colonial e da actualidade.
As comemorações incluíram, também, a apresentação do livro alusivo ao tema “Fuzileiros: 400 anos de Memórias”, da autoria de Paulo Santos e José Cabrita.
Até Abril do próximo ano, entre outras actividades, está prevista a realização de exposições e diversas conferências, assim como exercícios e provas desportivas, além de concertos, numa programação que estará sempre condicionada à evolução da situação pandémica.
Quatro séculos de dedicação à causa pública
Em declarações proferidas no âmbito desta data, o Comodoro Paulo Silva Ribeiro, referiu que estes quatro séculos representam uma “dedicação à causa pública, encarando cada missão atribuída como a mais importante de ser executada”, demonstrando sempre “elevada prontidão de resposta, distinto altruísmo na atitude e enorme espírito de sacrifício na entrega, em que muitos deram a sua própria vida”, lembrou.
O responsável realça que, com camaradagem, espírito de entreajuda e “sempre com a mente de que sós vamos mais rápidos”, os Fuzileiros, detentores dos “mais altos valores de honra, da disciplina e da coragem”, sempre serviram o País com “generosidade e elevadíssimo espírito de missão”.
Finalmente, expressou ainda o seu reconhecimento e gratidão a todos, desde aqueles que se encontram no activo, na reserva ou na reforma, aos “que já nos deixaram”, conclui.