Três técnicos são insuficientes para garantirem análises clínicas à noite no Montijo

Três técnicos são insuficientes para garantirem análises clínicas à noite no Montijo

Três técnicos são insuficientes para garantirem análises clínicas à noite no Montijo

Administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo “refugia-se” em comunicado e responde apenas que se encontra “assegurado o funcionamento dos serviços assistenciais” na unidade montijense

MÁRIO RUI SOBRAL

O funcionamento nocturno do serviço de análises clínicas nas urgências do hospital do Montijo está em risco, apesar de a administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) o negar. Esta unidade de saúde do Montijo tem apenas três técnicos para assegurarem o serviço nocturno, apurou o DIÁRIO DA REGIÃO.

As análises clínicas no Montijo contam com um técnico superior de rotina no período das 8h00 às 15h00. Contam ainda com outro técnico que garante o mesmo horário (8h00-15h00) e restariam, assim, mais cinco técnicos para assegurar o funcionamento no período nocturno. Só que, destes cinco elementos, um encontra-se de baixa médica de longa duração e um outro, uma técnica com contrato individual de trabalho, já nem sequer está ao serviço, em virtude de ir desempenhar funções a partir de Janeiro de 2017 numa unidade hospitalar em Londres, Inglaterra.

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A administração está assim obrigada a reforçar o número de técnicos, três na actualidade, para que seja possível garantir o funcionamento normal do referido serviço.

Tal como o DIÁRIO DA REGIÃO noticiou na passada sexta-feira, a hipótese de o serviço poder ser encerrado durante o período da noite foi colocada – “até por mais do que uma vez”, garante fonte próxima do processo – em cima da mesa pela directora do Serviço de Patologia Clínica. Em causa está a falta de recursos humanos para este serviço, não obstante a administração ter reagido, em direito de resposta, ao DIÁRIO DA REGIÃO com apenas uma frase: “O conselho de administração informa que desconhece os fundamentos que deram origem à notícia.”

Comunicado, comprometedor, admite necessidade de reforçar quadros técnicos

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Paralelamente, a administração do CHBM, presidida por Pedro Lopes, fez chegar à Comunicação Social (excepto ao DIÁRIO DA REGIÃO) um comunicado a declarar a notícia como “falsa”.

“Trata-se de uma noticia sem fundamento, desconhecendo‐se por completo qual a fonte e os factos que deram origem à mesma”, pode ler-se nesse mesmo documento, que a terminar admite, porém, que o CHBM “submeteu à tutela pedido de reforço dos seus quadros técnicos”.

Na passada segunda-feira, o DIÁRIO DA REGIÃO endereçou um conjunto de quatro questões à administração do CHBM: existe ou não falta de técnicos para assegurar o funcionamento normal do serviço de análises clínicas na unidade do Montijo nas 24 horas? Se existe, por que razão não foram contratados técnicos atempadamente? É ou não verdade que a chefia do serviço propôs ao director clínico do CHBM o fecho do referido serviço na unidade do Montijo para o período nocturno? Quantos técnicos são necessários para assegurar o normal funcionamento do referido serviço durante as 24 horas?

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A “resposta” da administração do CHBM foi célere, surgindo pouco mais de duas horas e meia depois, mas tão esclarecedora como resumida. “O conselho de administração do CHBM informa que se encontra assegurado o funcionamento dos serviços assistenciais no Hospital do Montijo.”

Apesar de a administração não ter respondido concretamente a todas as questões, o DIÁRIO DA REGIÃO sabe que a unidade hospitalar do Montijo conta, de momento, com apenas três funcionários para exercer as funções no serviço de análises clínicas durante o período nocturno. Número que, de acordo com a mesma fonte ouvida pelo DIÁRIO DA REGIÃO, “é manifestamente insuficiente para assegurar o funcionamento do serviço”, devido à rotação de turnos necessária entre os funcionários.

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