Santa Casa conseguiu impedir que o vírus chegasse aos lares, não registou nenhum caso até agora
A Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra conta com mais de cinco séculos de história a apoiar crianças, idosos e famílias carenciadas de Sesimbra. Tem disponíveis as valências e os serviços de acompanhamento psicológico e psicoterapêutico, apoio domiciliário, ATL, centro de dia, estruturas residenciais para idosos e serve ainda refeições para pessoas carenciadas.
Nas suas duas estruturas residenciais para idosos, entre o Lar de Santiago e o Lar Senhor Jesus das Chagas, ainda não existiram casos de Covid-19. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra, Manuel Adelino Bernardino, fala sobre o trabalho desenvolvido no âmbito do combate à pandemia de Covid-19 e sobre as medidas levadas a cabo para que a instituição tenha chegado a Fevereiro com zero utentes infectados.
“Iniciámos a primeira dosagem da vacina, em Janeiro, e a chegar a meados de Fevereiro recebemos a segunda. Temos dois lares, que perfazem no total um universo de 70 utentes, e conseguimos que o vírus não entrasse em nenhum até ao momento. Não temos, nem tivemos anteriormente, um único idoso infectado com Covid-19. Não sei se é caso raro, mas tendo em conta as notícias que ouvimos todos os dias sobre surtos em lares temos dois em que o vírus não entrou e para nós foi uma proeza”, começa por dizer. “Tal deve-se às medidas que tomámos. Não estivemos à espera de que o Governo proibisse as visitas nos lares. Já o tínhamos feito umas semanas antes. Também não estivemos à espera que o Governo terminasse com os centros de dia, uma semana ou duas antes já tínhamos encerrado os centros de dia e passado as pessoas para o serviço de apoio domiciliário”, explica.
Ao mínimo sintoma ou suspeita, os elementos da equipa ficaram em casa, mas o provedor acredita que para além do trabalho desenvolvido existe também algo que os protege. “Temos tido protecção divina, com o nosso Senhor Jesus das Chagas, que nos protege, mas também temos sido muito proactivos e não temos estado à espera que o Governa faça o que quer que seja para tomarmos as atitudes que entendemos necessárias”, partilha.
Também a testagem constante dos funcionários e o cumprimento rigoroso das medidas de segurança ajudaram a que os contágios não acontecessem. “Claro que tudo isto tem os seus custos, mas o que é certo é que temos praticamente a certeza de que neste momento somos dos poucos que conseguimos passar praticamente um ano de pandemia sem que entrasse o vírus nos nossos lares”, afirma, para de seguida garantir: “cumprimos com tudo, cada utente que vai ao hospital fica em isolamento quando regressa. Contas fazem-se no fim, agora interessa preservar a saúde das pessoas”. Manuel Aldino faz assim um balanço positivo da situação e da resposta que a misericórdia sesimbrense tem conseguido dar até ao momento. “Temos um sentimento de orgulho relativamente ao que conseguimos até agora, com protecção, mas também com muito trabalho. Não podíamos estar mais agradecidos a todos os técnicos e funcionários desta instituição, que serve a vila e a comunidade, e que até se disponibilizaram para ficar em permanência na nossa instituição aquando do período de vacinação. Só esta manifestação é muito significativa e mostra o sentimento que as pessoas têm perante os idosos que estão cá e perante a instituição e o seu prestígio”, diz. “Trabalhamos para um bem maior, para um valor maior a atingir, que é o de preservar a vida das pessoas que moram cá. Os idosos moram cá, esta é a casa deles e é nisso que nos concentramos”, remata.