Pensar Setúbal: A tão aguardada reconversão do edifício da Universidade Moderna

Pensar Setúbal: A tão aguardada reconversão do edifício da Universidade Moderna

Pensar Setúbal: A tão aguardada reconversão do edifício da Universidade Moderna

, Professor
22 Fevereiro 2021, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

 Chegou-nos finalmente a boa notícia que o edifício da antiga Universidade Moderna, irá dar lugar a um conjunto residencial.

No início da Estrada das Machadas – que liga o Rio da Figueira ao Parque de S. Paulo – as antigas instalações universitárias irão ser reconvertidas e ampliadas, com um novo edifício e a construção deve arrancar brevemente, para estar concluída em 2022, num investimento estimado em cerca onze milhões de euros.

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Criado em 1989, o estabelecimento de ensino superior de Setúbal da Dinensino (Universidade Moderna), foi considerada, na ocasião, uma excelente notícia. Concluir um curso superior passou a ser possível para muitos jovens de Setúbal e para toda esta região, sem ter de passar a ponte diariamente para Lisboa, como foi o meu caso e o de tantos e tantos estudantes.

O novo edifício escolar da Estrada das Machadas começou por ministrar os cursos de licenciatura de Arquitectura, Investigação, Social Aplicada, Organização e Gestão de Empresas e Direito, abrangendo um total de oitocentos e cinquenta estudantes, durante cerca de dezoito anos.

Todavia, em 2008, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, então presidido por Mariano Gago, notificou a Universidade Moderna e a Dinensino, cooperativa que a geria, da decisão de encerrar compulsivamente a instituição, por suposta falta de viabilidade económica e grave degradação pedagógica.

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O referido despacho determinava o encerramento compulsivo da Universidade Moderna em Lisboa, Setúbal e Beja.

Tal decisão acarretou o fim para este pólo da Universidade e o abandono das instalações, na Estrada das Machadas.

Todo o tecido académico, urbano e social dessa zona se ressentiu. Os alunos viram-se privados de um importante estabelecimento de ensino, mas também uma nova zona residencial e comercial, que se desenvolveu em torno da Universidade.

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Durante estes treze anos, moradores e comerciantes locais têm tido por vizinhança um “elefante branco”, que coloca em risco a desejável segurança.

O referido edifício tem sido sucessivamente vandalizado e pilhado, tendo-se transformado num atentado à segurança e uma vergonha para a própria cidade.

Visto por fora, tudo o que foram caixilharias de portas e janelas foram oportunamente roubadas, mas é no interior da antiga e abandonada Universidade Moderna que o panorama se revela mais caótico e dantesco.

Diz quem lá esteve no interior das instalações, que faz lembrar um cenário de guerra, com computadores, mobiliário e muita papelada espalhados pelo chão, do átrio principal, bem como pelas diversas salas de aulas e auditório.

Ainda segundo a mesma descrição, parte dos tectos falsos foram arrancados, bem como todo o sistema eléctrico. Alumínios, cabos eléctricos, torneiras e outras ferragens desapareceram.

Muito deste material é inflamável e os bombeiros já foram chamados ao local por diversas vezes.

Como se pode facilmente imaginar, o edifício albergou clandestinamente diversos indivíduos que aí habitavam e que foram progressivamente degradando o imóvel.

Sendo um espaço privado, colocou sempre naturais constrangimentos e limitações à Câmara Municipal de Setúbal na tentativa de resolução deste problema, ao longo de todos estes anos.

Aplaude-se, portanto, esta decisão em transformar definitivamente todo aquele espaço degradado do antigo edifício da Universidade Moderna, num moderno espaço habitacional.

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