Mais de setecentas garrafas de vinho da costa alentejana foram retiradas, esta quinta-feira, do fundo do mar para serem oferecidas às tripulações dos navios que participam na regata Tall Ships 2017 que se realiza, de 28 de abril e 1 de maio, em Sines.
Helga Nobre
As garrafas de vinhos tinto e branco, de sete produtores da região do Alentejo Litoral, foram mergulhadas no Porto de Recreio de Sines, em setembro de 2016, e, durante sete meses sujeitas a uma temperatura de 15 graus para acelerar o processo de envelhecimento.
E o resultado não poderia ter sido melhor garante Carlos Trindade, da Herdade da Barrosinha. “Estamos a falar de um vinho novo, de 2015, que está com aromas muito mais desenvolvidos do que as garrafas que não foram mergulhadas. Este processo permite um envelhecimento muito mais acelerado”, adiantou o responsável que participou pela primeira nesta experiência da Associação de Produtores de Vinho da Costa Alentejana.
Durante os sete meses em que as garrafas estiveram em maturação, os produtores puseram mãos à obra e desenvolveram a marca certificada ‘Vinho do Mar’ que será colocada em cestos metálicos, construidos pelo IEFP e mergulhada “todos os anos” a uma profundidade de sete metros. “Estamos a avaliar a qualidade de todos os vinhos para perceber qual é o vinho que se adapta melhor a estas características de envelhecimento”, explicou.
Explorar a vertente económica é o objetivo da Associação de Produtores de Vinho da Costa Alentejana que quer comercializar o ‘Vinho do Mar’ em 2018. ”A ideia é que possamos com o apoio de todas as entidades desenvolver um novo evento”, acrescentou Carlos Trindade.
A intenção dos produtores é apoiada pela Câmara Municipal de Sines que quer dar continuidade ao projeto. “Os objetivos foram alcançados porque além de promover o evento Tall Ships, conseguimos divulgar os vinhos da costa alentejana e acentuar a qualidade dos produtos que temos na região”, sublinhou o autarca que quer unir esforços, e, em conjunto com a Associação de Produtores, realizar “outras iniciativas” nos próximos anos “mergulhando mais garrafas e alargando o período de tempo” para “atrair mais turistas a esta região”.
A ideia é aplaudida pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo porque aposta em dois produtos endógenos deste território. “O vinho é uma imagem de marca muito poderosa no nosso país e, em especial, no Alentejo, e o mar é uma referência fantástica”, destacou António Ceia da Silva que além de elogiar as características do vinho apelou à sua comercialização. “Estamos perante um produto novo que pode vir a ganhar escala económica nos próximos anos”, concluiu.
Grande parte dos exemplares foram adquiridos pela Câmara de Sines que serão entregues aos comandantes dos navios num evento integrado na regata Tall Ships 2017 que vai decorrer no próximo dia 29 de abril em Sines.