Catarina Martins reuniu com a direcção da Escola Profissional de Almada
A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu ontem que as escolas devem reabrir “assim que for possível”, mas só quando for seguro e houver condições para tal, como o desdobramento de turmas e rastreios através de testes covid-19.
Catarina Martins reuniu-se com a direcção da Escola Profissional de Almada para assinalar o regresso às aulas em regime não presencial, tendo sido questionada sobre o momento para a reabertura das escolas.
“Nós temos amanhã [hoje] mesmo dados novos dos epidemiologistas e iremos ouvi-los com muita atenção. Nós temos dito que assim que for possível devem reabrir sobretudo as escolas dos ciclos mais jovens. Falamos das creches, do pré-escolar, do primeiro ciclo como prioritários nessa reabertura que deve ser feita quando for possível, só quando for possível e assim que for possível”, defendeu.
Para que reabertura possa acontecer, na perspectiva da líder bloquista, são necessárias “várias condições”, entre as quais a garantia do “desdobramento de turmas, nomeadamente utilizando outros espaços e contratando mais pessoal”.
“O Bloco de Esquerda fez esta proposta ainda antes de começar o ano lectivo, ou seja, reforçar as escolas com pessoal para permitir o desdobramento das turmas, que as escolas funcionassem em espaços mais amplos”, lembrou.
Outra condição muito importante, acrescentou Catarina Martins, são os rastreios com testes nas escolas.
“Não há condições de reabertura de nenhum ciclo de ensino sem se garantir desdobramento de grupos e sem se garantir rastreios. Para isso é preciso contratação de pessoal, é preciso pôr os testes no terreno”, sintetizou. Na óptica da líder do BE, a reunião para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, que decorrerá na terça-feira, “será importante para se avaliar essa possibilidade”.
“As escolas são necessárias, sim. Quando for possível, só quando for possível e for seguro”, apontou. Catarina Martins aproveitou ainda esta visita para recordar a iniciativa legislativa – uma apreciação parlamentar – apresentada pelo BE e que vai ser discutida esta semana no parlamento “sobre os apoios aos pais e, nomeadamente, os pais das crianças mais jovens”.
“Estão numa situação muito complicada porque como nós compreendemos estas crianças não podem ficar sozinhas. É muito importante estender o apoio que é dado aos pais que ficam em casa a 100% e não só 66%. Para muitas famílias e muitas famílias monoparentais o salário da mãe é muitas vezes o único que entra, cortá-lo num terço é impossível para pagar as contas”, explicou.
Outro dos aspectos desta iniciativa, segundo a líder do BE, prende-se com o facto de quem está em teletrabalho neste momento não poder escolher ficar a apoiar os filhos.
“Para algumas idades isso pode ser possível, mas algum de nós acredita que é possível estar todo o dia em teletrabalho ao mesmo que tempo que se toma conta de crianças de quatro, cinco, seis, sete anos? Não é possível. Elas não são autónomas no ensino à distância e, portanto, não só é preciso alargar o apoio aos pais para 100%ccomo é preciso garantir que quem está em teletrabalho e tem crianças em idades mais jovens possa também optar por ficar a dar apoio aos filhos porque é francamente impossível, em muitas casas, neste momento, este equilíbrio entre o teletrabalho e tomar conta de crianças muito jovens”, defendeu.
A Assembleia da República debate na quinta-feira as apreciações parlamentares do BE e também do PCP ao decreto-lei do Governo de 22 de Janeiro que “estabelece um conjunto de medidas de apoio no âmbito da suspensão das actividades lectivas e não lectivas presenciais”.
Lusa