23 Julho 2024, Terça-feira

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Nuno Canta recusou vacinas para a protecção civil e fala em bombeiros*

Nuno Canta recusou vacinas para a protecção civil e fala em bombeiros*

Nuno Canta recusou vacinas para a protecção civil e fala em bombeiros*

Fotografia: Município de Setúbal

O autarca informou que em primeiro lugar devem estar os doentes prioritários. E lamentou casos nas Misericórdias

 

Os serviços de saúde pediram à Câmara do Montijo uma lista de pessoas da equipa da protecção civil municipal a vacinar nesta fase contra a covid-19. E Nuno Canta, presidente da autarquia, respondeu: não, obrigado!

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A informação foi dada pelo líder do executivo, durante a sessão de câmara realizada por videoconferência na passada quarta-feira, na sequência de uma declaração política apresentada pela vereação da CDU, a condenar os casos ocorridos nas Misericórdias do concelho e na Segurança Social de Setúbal, bem como “o desinvestimento dos sucessivos governos no Serviço Nacional de Saúde”.

Apesar de reconhecer que os bombeiros, a protecção civil, estão na linha da frente, Nuno Canta entendeu que a prioridade deve ser outra e recusou enviar a listagem.

“Agradecemos essa disponibilidade aos serviços de saúde, mas manifestámos a nossa não aceitação dessas vacinas, dizendo que essas vacinas têm de ser usadas como diz o plano nacional de vacinação pelos doentes prioritários”, revelou o socialista. “Não aceitámos substituir doentes prioritários, pessoas que têm mais de 80 anos, pessoas institucionalizadas, por outras que podem bem mais tarde serem vacinadas”, adiantou, ao mesmo tempo que estabeleceu um paralelismo com o caso de “uma câmara do Alentejo” que optou de forma diferente e “vacinou parte dos bombeiros da sua corporação”.

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“A vacina é um recurso médico escasso que tem de ser utilizado neste momento de acordo com critérios científicos e não com vontades, intenções partidárias, do PCP, do PS, do PSD ou seja de quem for, até de populistas, no sentido de não desvirtuarmos uma linha de actuação que tem de ser coerente, séria e honesta”, defendeu. E não isentou a tutela de responsabilidades na condução do processo, ao lembrar que inicialmente não ficou bem definido o que fazer com as sobras de vacinas.

“As nossas instituições, Misericórdias e outras, foram todas elas confrontadas com sobra de vacinas e muitas das vezes isso cria nas pessoas dificuldades de decidirem bem e lamentamos isso”, exemplificou o socialista, em resposta ao posicionamento crítico da CDU em relação aos casos verificados no concelho e não só.

A declaração politica apresentada momentos antes pela vereadora Ana Baliza (CDU) não podia ser mais clara.

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“[A CDU] repudia e condena atitudes como a tomada pela [ex-]directora da Segurança Social de Setúbal ou por membros dos corpos sociais de Misericórdias, como a de Montijo ou Canha, que se incluíram a si e a outros não previstos nos critérios definidos como prioritários a vacinar”, frisou a comunista. O processo de vacinação “deve avançar o mais rápido possível e em segurança”, salvaguardando em primeiro lugar “os profissionais de saúde, os bombeiros e todos os que no dia-a-dia são necessários para dar resposta à pandemia”, defendeu.

As críticas foram estendidas ao governo central, face às dificuldades conhecidas nas respostas hospitalares e também nos cuidados primários de saúde na região.

“As dificuldades actuais reflectem anos de desinvestimento no SNS levado a cabo pelos sucessivos governos de PS, PSD e CDS, de que são claros exemplos a não construção do novo hospital do Montijo, do hospital do Seixal e a não ampliação dos hospitais Garcia de Orta [Almada] e S. Bernardo [Setúbal]”, atirou. E juntou ainda “a inexistência de obras em muitos centros de saúde, a não construção de muitos outros em falta em diversos concelhos e a não admissão de médicos, enfermeiros e outros técnicos, que resultou num enorme número de utentes sem médicos e enfermeiros de família” em todos os municípios do distrito.

* Título corrigido face aos esclarecimentos https://osetubalense.com/ultimas/2021/02/05/nuno-canta-esclarece-que-vacinas-recusadas-eram-apenas-para-a-proteccao-civil/prestados pelo presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, a posteriori.

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