André Ventura conquistou o segundo lugar em Sesimbra, Seixal, Moita, Montijo, Alcochete e Palmela
As eleições Presidenciais de 2021 ficam na história nacional devido à maioria absoluta conquistada por Marcelo Rebelo de Sousa em todos os concelhos e distritos do País, tendo em Setúbal conquistado 56,17% dos votos. No entanto, a subida de votos no candidato apoiado pelo Chega que significou um terceiro lugar nacional (11,90%), foi o resultado que mais marcou a noite eleitoral de domingo.
Um resultado que, no distrito de Setúbal, representa 12,86% dos votos, menos de um por cento de diferença em relação ao segundo lugar alcançado por Ana Gomes (13,37%), mas o suficiente para levar a Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista (PS) a considerar que, apesar de “muito minoritário”, a sua “expressão numérica e percentual não pode, no entanto, ser ignorada”.
Quanto aos resultados de Ana Gomes em Setúbal, para a Federação Distrital “seguiram a tendência nacional” e são expressivos da “esmagadora maioria de votos nas diferentes candidaturas do campo democrático”.
Aliás, durante a manhã de ontem o muito disputado segundo lugar ainda teve algumas afinações, favoráveis para Ana Gomes, que confirmou também o segundo lugar no Barreiro.
Mas, ainda assim, esta actualização da contagem de votos não foi suficiente para retirar um segundo lugar maioritário a André Ventura no distrito, conquistando-o em Sesimbra, Seixal, Moita, Montijo, Alcochete e Palmela.
Já Ana Gomes garantiu o segundo lugar nos concelhos de Almada, Barreiro, Setúbal, Santiago do Cacém e Sines.
O candidato apoiado pela CDU e PEV, João Ferreira, apenas conquistou o segundo lugar em Alcácer do Sal e Grândola e na classificação geral do distrito obteve 8,94% dos votos. Um resultado menor, em comparação com os 9,5% conquistados por Edgar Silva, em 2016.
PCP reconhece quebra “residual” em relação a 2016
Um resultado que a Direcção Regional de Setúbal do Partido Comunista Português (PCP) considera ser “uma quebra residual de meio ponto percentual em relação a 2016”, destacando que no plano nacional a candidatura de João Ferreira representou um “ligeiro progresso em termos percentuais relativamente à candidatura apoiada pelo PCP em 2016”.
Um resultado que “estando aquém do que o valor da candidatura exigia” a DORS destacada especialmente por ter sido “construído num quadro marcado por circunstâncias de saúde pública, pelas falsas disputas sobre “segundos lugares”, pela atenção mediática e mediatismo de outras candidaturas e perspectivas em relação à abstenção que encontraram na epidemia um factor acrescido”.
O PSD e “a melhor escolha” independente e livre
Quanto à Comissão Política Distrital de Setúbal do Partido Social Democrata (PSD), em comunicado enviado à redacções ainda na noite de domingo, considera “esclarecedora” a vitória do candidato apoiado pelos sociais-democratas. Os 60,76% de votos conquistados a nível nacional, são mesmo interpretados como símbolo de uma votação “independente e livre”, por parte dos portugueses.
Uma análise em que a distrital do PSD destaca o resultado eleitoral das Presidenciais 2021 como “a melhor escolha”, perante um País que confirmou Marcelo Rebelo de Sousa como “supremo magistrado da Nação e o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas”. Quanto às expectativas sobre os próximos cinco anos de governação, o PSD espera que o Presidente da República reeleito “continue a afirmar a voz de Portugal no mundo, a representar todos os portugueses e contribua para a valorização do espaço económico, identitário, cultural e simbólico da língua portuguesa”.
Setúbal foi o terceiro melhor resultado distrital do BE
Sobre os resultados do Bloco de Esquerda (BE) nas Presidenciais 2021, a coordenadora da distrital de Setúbal, Joana Mortágua, considera que “ficaram longe dos objetivos”.
Ainda assim, no distrito de Setúbal, Marisa Matias conquistou 4,35% da intenção de voto e obteve o terceiro melhor resultado distrital do BE “atrás de Coimbra (5,48%) e de Faro (4,88%)”. Joana Mortágua recorda ainda uma campanha que decorreu “em circunstâncias mais difíceis do que as de 2016”.
Circunstâncias difíceis em que a bloquista não destaca apenas a pandemia, mas também a reconfiguração da direita. “A emergência da crise pandémica e a recomposição política em marcha na direita introduziram dinâmicas de ajustamento em parcelas significativas do eleitorado. O facto de o presidente em funções recolher apoio do PSD, do Governo e de parte importante do PS, no quadro em que a extrema-direita fez a sua aparição, condicionou fortemente as opções de voto, criando dinâmicas de voto útil normalmente ausentes em reeleições presidenciais”, afirma Joana Mortágua.