15 Agosto 2024, Quinta-feira

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Por favor, fique em casa

Por favor, fique em casa

Por favor, fique em casa

21 Janeiro 2021, Quinta-feira
Rui Carvalheira

Por norma sou um optimista militante, mas de momento vejo-me obrigado a conter um pouco esse meu optimismo, pois no dia que escrevo foi ultrapassada a barreira das 200 mortes diĆ”rias, o que nos deve fazer reflectir sobre estes nĆŗmeros, suas causas e consequĆŖncias.

TerminĆ”mos o ano de 2020 com um aroma de esperanƧa no ar, os nĆŗmeros melhoravam, a campanha de vacinaĆ§Ć£o tinha iniciado, e com todos estes indĆ­cios ficĆ”mos com a sensaĆ§Ć£o que era possĆ­vel baixar a guarda e retomar as nossas vidas interrompidas em MarƧo.

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E foi entĆ£o que vimos filas interminĆ”veis nos centros comerciais, o baixar das mĆ”scaras e famĆ­lias que ceavam alegremente na consoada, partilhando os afectos que jĆ” hĆ” muito estavam contidos. Agora estamos a despertar do enorme trambolhĆ£o que demos, inebriados que estĆ”vamos com o optimismo latejante em que ardentemente querĆ­amos acreditar.

Numa conversa com amigo, comparei a vacinaĆ§Ć£o com o desembarque das tropas aliadas na Normandia, durante a segunda guerra. Foi esse dia que permitiu voltar a sonhar com a paz, foi esse dia que deu alento para continuar a lutar. Mas nesse dia e nos subsequentes vĆ”rios milhares tombaram atĆ© que finalmente o rumo dos acontecimentos se inverteu.

Creio que poderemos fazer aqui o mesmo paralelismo. A vacinaĆ§Ć£o Ć© a Ćŗnica ferramenta que temos para conseguirmos a tĆ£o esperada imunidade de grupo, porĆ©m atĆ© ser alcanƧada nĆ£o poderemos baixar a guarda e deitar ao lixo todo o esforƧo feito atĆ© aqui.

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No SNS todos os profissionais, apesar do cansaƧo acumulado, lutam diariamente para poder salvar o mĆ”ximo de vidas possĆ­vel, posso assegurar isso pois tive a oportunidade de o ver na primeira pessoa. NĆ£o sĆ£o super-homens ou super-mulheres, sĆ£o pessoas de carne e osso, pais, mĆ£es, filhos que nĆ£o desistem de combater nesta luta inglĆ³ria que enfrentamos.

Com eles estĆ£o muitos outros profissionais noutros sectores, nas escolas, nos supermercados, nas fĆ”bricas, nos serviƧos municipais, nas forƧas de seguranƧa, nas padarias, nos restaurantes em serviƧo de take-away, na imprensa, e em tantos outras actividades fundamentais Ć  manutenĆ§Ć£o da sociedade como a conhecemos.

Uma coisa Ć© certa, os negacionismos e as teorias conspiratĆ³rias em nada nos ajudam a superar a Ć”rdua tarefa que temos pela frente. Temos de uma vez por todas confiar na ciĆŖncia e nos especialistas, e irmos ajustando a nossa resposta Ć  medida que vamos tendo mais dados e vamos melhor conhecendo este inimigo invisĆ­vel.

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Muito devemos a todos os que mantĆ©m as suas actividades e que diariamente lutam por nĆ³s. Mas para os ajudarmos nĆ£o bastam palmas Ć s janelas, agora mais que nunca temos a obrigaĆ§Ć£o e o dever moral de seguir todas as orientaƧƵes que as autoridades de saĆŗde nos transmitem. NĆ£o devemos ter uma interpretaĆ§Ć£o criativa das excepƧƵes que existem para que a vida mantenha uma normalidade possĆ­vel.

Saia de casa apenas nas situaƧƵes indispensĆ”veis e reduza os seus contactos o mais possĆ­vel. E se tiver mesmo de sair para ir trabalhar, ou qualquer outra razĆ£o, USE A RAƇA DA MƁSCARA.

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