15 Agosto 2024, Quinta-feira

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Não à criminosa violência sobre mulheres

Não à criminosa violência sobre mulheres

Não à criminosa violência sobre mulheres

, Ex-bancário, Corroios
9 Dezembro 2020, Quarta-feira
Francisco Ramalho

Assinalou-se no passado dia 25 de Novembro, o Dia Internacional para a Erradicação da Violência contra as Mulheres. Dois dias antes, o Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR- União de Mulheres Alternativa e Resposta, divulgou o seu mais recente relatório. Os resultados são aterradores; até ao dia 15 desse mês, foram assassinadas 30 mulheres. 16 na intimidade do lar, 14 noutros contextos. Ou seja, tantas, como em todo o ano passado.
Uma, estava grávida. Duas, foram assassinadas na presença de filhos menores.

Metade destas vítimas, já tinha participado às autoridades que era ameaçada de morte pelo companheiro ou ex companheiro. Houve ainda 49 tentativas de assassínio.

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Uma carnificina. Um cenário dantesco que deveria envergonhar-nos a todos. Mas, para a maioria, a indiferença ainda fala mais alto.

É assim, em relação à violência contra as mulheres, como contra os outros mais fracos; crianças, idosos e animais. Se assim não fosse, se perante indícios claros de violência, esses casos de potencial gravidade, fossem denunciados às autoridades, e ainda se estas, a todos os níveis, fossem muito mais sensibilizadas e pressionadas, com certeza, seriam bem mais preventivas e eficazes. Assim, todos, uns mais outros menos, somos culpados desta desumana e cobarde realidade.

Claro que as consequências da pandemia, o confinamento, o desemprego, o desespero em relação ao futuro, e outras situações negativas, têm influência nesta agressividade patológica.

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Vivemos numa sociedade em que as mulheres continuam a ser discriminadas no trabalho, na remuneração,e isso também as fragiliza na relação conjugal.

Portanto, para combater este flagelo social, não basta só denunciarem-se os casos que poderão conduzir a ele. Deve também haver uma exigência muito mais ampla e sistemática em relação ao poder político e ao poder judicial, para que a legislação sobre a matéria seja efetivamente cumprida. E, se necessário, mais completa. É imperioso também, bater-nos por uma sociedade muito menos assimétrica, uma vez que a pobreza nunca é boa conselheira, mas sim um potencial catalisador para tão lamentáveis situações.

Como não somos especialistas nesta matéria complexa, não temos a pretensão, longe disso, de elencar aqui todas as soluções, para a solução deste grave problema social. Mas, diversos destes casos, não terão também a ver, já a montante, com a atual e triste, violência no namoro? Por isso, a família, a escola, e até a comunicação social, nomeadamente a televisão, sobretudo a pública, devem ter um papel essencial na formação das crianças e dos jovens.

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É pouco, muito pouco, que se comente o assunto, apenas quando são conhecidos os mais chocantes crimes desta natureza, ou perante relatórios da organização que referimos, da APAV ou da PSP.

Nos últimos 15 anos, mais de 500 mulheres foram assassinadas em Portugal.
É possível e urgente, alterar-se radicalmente, esta dramática realidade que deveria constituir uma vergonha nacional.

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