MAG apela à união dos sócios e deixa mensagem de esperança. “Sócios devem responder à chamada e participar de forma massiva” na AG de amanhã, diz o presidente deste órgão
Por entenderem que “o Vitória Futebol Clube vive hoje os dias mais conturbados da sua história”, Nuno Soares e Filipe Beja, respectivamente, presidente e vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do clube, lançaram um repto aos vitorianos para que participem de forma massiva na AG Extraordinária de amanhã em que se vai decidir se há revogação do mandato dos actuais órgãos sociais.
“A Assembleia Geral agendada para a próxima sexta-feira, dia 4 de Dezembro, assume-se como a mais importante na vida deste centenário clube. Por isso, todos os sócios devem responder à chamada e participar de forma massiva numa extraordinariamente decisiva assembleia, que vai decorrer em circunstâncias únicas pelo momento de pandemia em que vivemos”, lê-se na carta dirigida aos vitorianos.
O texto, que frisa que “com a equipa principal de futebol relegada para os escalões secundários e a consequente redução abrupta de receitas, o clube vivencia uma crise e uma instabilidade directiva sem paralelos”, alerta ainda para a desunião que há entre os sócios. “A divisão entre os associados nunca foi tão sentida e o afastamento de todos aqueles que fazem parte do universo vitorianos em relação aos órgãos sociais do Vitória é colossal e torna a situação insustentável”.
Nuno Soares e Filipe Beja afirmam que “o momento, mais do que nunca, exige união, confiança, competência e estabilidade para o futuro”. A alimentar essa esperança estão as mensagens de apoio que têm recebido de diferentes quadrantes, revelam. “Estes apoios conjugados com aqueles que têm vindo a ser manifestados publicamente (como é o caso da Câmara Municipal de Setúbal) fazem-me depositar a maior confiança no futuro”, referem, admitindo que “o caminho será longo e sinuoso mas, com todos os sócios em torno do Enorme Vitória, voltaremos a erguer este clube”.
Direcção fala em patrocínio prejudicial
Entretanto, o patrocínio celebrado entre o Vitória e o restaurante Novo 10 foi tema de conversa nas últimas horas depois de a direcção ter tecido várias considerações sobre o assunto. No comunicado emitido na segunda-feira, a direcção de Paulo Rodrigues revelou os contornos do acordo. “O Novo 10 elaborou um contrato de patrocinador oficial com o VFC e com VFC-SAD, para os próximos 10 anos estando ainda contemplados mais 10 anos de opção; o NOVO10 por época paga ao VFC a quantia de 200 mil euros, sendo feitos quatro pagamentos de 50 mil cada, sendo um na assinatura do contrato na data 22 Junho 2020 e o segundo a 15 Novembro 2020”.
O comunicado garante que “nenhuma das prestações foi paga até hoje ao Vitória FC, sendo o Novo 10 o patrocinador oficial da equipa futebol da VFC-SAD e da equipa de andebol, tal situação está a prejudicar o VFC não cumprindo o contrato assinado por ambas as partes”, refere, acrescentando que “O VFC é obrigado a consumir/pagar por ano 10 mil refeições no espaço Novo 10, sejam elas consumidas ou não, assim como se vê obrigado a pagar 500 dormidas por época em hotel indicado pelo Novo 10, sejam efectivamente realizadas ou não, algo inédito em contratos de patrocínio para ajudar o Vitória”.
No texto assinado pela direcção de Paulo Rodrigues é referido que “o VFC tem tentado a aproximação da administração do Novo 10, para resolver este assunto delicado para ambas as partes, visto que o contrato foi assinado com o VFC tendo ainda a hipótese de jogar na I Liga. Neste momento, o contrato não é útil nem ajuda nenhuma das partes sendo prejudicial na vida actual do Vitória”.
Face ao comunicado tornado público pela Direcção, o Novo 10 respondeu num longo texto assinado pelo sócio gerente daquele estabelecimento, Ricardo Moutinho. Entre as várias situações explanadas destacamos o seguinte trecho em que responde à afirmação da direcção de “a Fundão Young Fashion Lda (FYF), ter feito uma hipoteca a favor da FAZENDA NACIONAL, para garantia do pagamento em prestações da parte da dívida do Vitória Futebol Clube – SAD, no valor de 1.611.000€ milhões”.
“No que concerne, à garantia prestada à fazenda nacional, a mesma prende-se, com um pedido de apoio pelo ex-presidente Paulo Gomes, que emocionado, nos pediu ajuda, para tentar obter a certidão de não dívida à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e assim viabilizar a inscrição do Vitória na I liga na época 2020/2021. A entrega da garantia foi decidida por mim, enquanto ser humano, com o coração. O terreno foi dado como garantia sem contrapartidas, mediante acordo de cavalheiros, para o posterior ‘distrate’ da hipoteca”, explica Ricardo Moutinho.
O sócio gerente do restaurante explicou também como começou a parceria. “Urge contextualizar como surgiu o apoio do Restaurante Cervejaria Novo 10 e de várias empresas das quais sou gestor, ao Vitória. Em Junho de 2020, fui contactado, por membros da direcção do Vitória, que nos apresentaram uma proposta de patrocínio ao andebol do Vitória. No âmbito destes contactos informais, propus abordarmos o clube, no sentido de apoiarmos o Vitória, no seu ‘todo’, abrangendo o futebol, o andebol e as demais modalidades, profissionais e não profissionais”.