24 Julho 2024, Quarta-feira

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Assembleia geral do Vitória gera acusações entre presidentes dos órgãos sociais

Assembleia geral do Vitória gera acusações entre presidentes dos órgãos sociais

Assembleia geral do Vitória gera acusações entre presidentes dos órgãos sociais

Assembleia Geral extraordinária realiza-se sexta-feira, entre as 11 e 21 horas, na sala do Bingo

 

A três dias da Assembleia Geral Extraordinária do Vitória FC, que se realiza sexta-feira, entre as 11 e 21 horas, na Sala do Bingo, do Estádio do Bonfim, a tensão entre a direcção, liderada por Paulo Rodrigues, e a Mesa da Assembleia Geral (MAG), presidida por Nuno Soares, sobe de tom. Em causa está a reunião magna em que os sócios do clube vão decidir se revogam o mandato dos actuais órgãos sociais.

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Em comunicado publicado na segunda-feira à noite na página oficial do clube, a direcção acusa Nuno Soares de ir contra os estatutos do Vitória. “O senhor presidente da MAG lamentavelmente tem a desfaçatez de ir contra os Estatutos do Vitória FC, ao ponto de marcar uma AG de destituição para dia 04.12.2020, desfaçatez porque a MAG neste momento encontra-se com três demissões e não só duas como comunicado pelo próprio, os três referidos elementos estão contra a uma AG comum extraordinária, com o único propósito da destituição da direcção que nem sequer está prevista nos estatutos”.

No entendimento da direcção “está expresso nos Estatutos a ilegalidade de realizar um AG extraordinária sem que haja reunião e discussão (direito ao contraditório) e ainda mais sem que estejam presentes pelo menos dois terços dos proponentes, neste caso teriam de estar pelo menos dois terços dos 113 sócios assinantes e vai contra todas as AG previstas, daí terem pedido a demissão os três, sendo unicamente da responsabilidade do senhor Nuno Soares tudo o que dela depois venha a acontecer ao Vitória”.

O documento refere ainda que o líder da MAG “se rege por influências de outras pessoas que têm todo o interesse em prejudicar o Vitória”, afirmam, reiterando “que não cumpre com os próprios Estatutos como devia ser o seu dever e de todos os que este cargo ocupam. Lamentavelmente, o senhor Nuno Soares a cada dia que passa, diz e faz uma coisa diferente consoante o objectivo que lhe interessa a ele e aos seus amigos próximos fazendo do Vitória FC, um clube que nem os seus próprios Estatutos respeita”.

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Presidente da MAG responde a parecer do líder do CFD

A reação de Nuno Soares foi dada na resposta que este deu ao presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), Miguel Ângelo Aroeira da Silva, que emitiu, refere o líder da AG, um parecer em seu nome próprio sobre a reunião magna de sexta-feira. “O auto-intitulado ‘Parecer’, pelo que, o mesmo consubstancia uma inadmissível ingerência nas competências de outro órgão e, por conseguinte, uma manifesta violação dos Estatutos que ambos nos encontramos obrigados a cumprir e a fazer cumprir. Face ao supra exposto, o alegado ‘Parecer’ carece de qualquer enquadramento estatutário, pelo que, atentos os motivos acima referidos e salvo o devido respeito, o mesmo consubstancia uma grave e manifesta violação dos Estatutos e, por consequência, passível de acção disciplinar”.

E acrescenta: “Vossa excelência deveria estar preocupado com o correspondente processo disciplinar do sócio presidente da direcção, o qual foi já instaurado e respectiva tramitação é da sua responsabilidade; a direcção tem sido profícua na comunicação dos seus argumentos relativamente à AG em causa e acusações quanto a actuais e anteriores dirigentes, pelo que, poderá a continuar a fazer tal contraditório, como faz abundantemente nas redes sociais e órgãos da comunicação social. Por último, muito estranho que elenque os trabalhos em curso por parte da actual direcção, referindo-se aos mesmos como se V/Exa. estivesse (também) a desenvolvê-los, aconselhando-se novamente V/Exa. a cuidada leitura e análise dos Estatutos, em especial, das competências (e incompetências) do Órgão que V/Exa. preside”.

‘Vice’ da AG nega demissão

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Filipe Beja, vice-presidente da MAG, esclareceu em comunicado a sua posição sobre a polémica em torno da AG. “Fui eleito através da lista B, de Paulo Rodrigues, por acreditar no projecto que existia na campanha eleitoral; a partir do momento da eleição, a obrigação de lealdade a ter é com o Vitória FC, e com aquele que é o seu maior património, os sócios; houve várias etapas durante este processo de AG extraordinária, por pareceres de diferentes pessoas e com diferentes interpretações, que levaram a diferentes medidas, até que o PMAG decidiu a realização de uma AG extraordinária com os moldes possíveis através do parecer da DGS”.

O dirigente admite que chegou a equacionar demitir-se do cargo, mas não o fez. “Existiu vontade e até cheguei a fazer o documento de demissão do meu cargo de vice-presidente da MAG, após comentários e publicações sobre mim e sobre funções profissionais que exerci, e que nada tem a ver com o amor que sempre tive desde que lembro como pessoa ao enorme Vitória FC. Nego assim a informação que consta no comunicado da direcção, que existem três demissões, uma vez que nunca entreguei a demissão a quem de direito, pelo que a mesma não está validada, e tão pouco deveria ser a direcção num comunicado a informar tal situação. Nunca emiti qualquer comentário público, após a eleição, sobre a gestão do clube no passado ou no presente, e não cabe a nenhum elemento da MAG a decisão de avaliar e decidir o futuro do clube, mas a todos os associados”, escreveu Filipe Beja.

Dívida da SAD nos 35 milhões de euros

A dívida da SAD do Vitória ronda actualmente os 35 milhões de euros, revelou o clube em comunicado publicado na sua página oficial. “A direcção liderada por Paulo Rodrigues, presidente eleito a 18 de Outubro, denuncia vários contratos que, no seu entendimento, têm prejudicado gravemente o Vitória de forma sistemática. “Recebemos um relatório no dia 18 outubro 2020 com os valores em dívida do PER (Processo Especial de Revitalização) que mencionava o valor em 20,7 milhões de euros, hoje temos mais informações e a dívida da Vitória FC – SAD anda aproximadamente no valor de 35 milhões”.

Críticas à Câmara Municipal

O comunicado assinado pela direção lamenta o facto de a Câmara Municipal de Setúbal, presidida por Maria das Dores Meira, continuar sem reunir com a direcção que foi democraticamente eleita pelos sócios do clube. “A senhora presidente sempre disse que tem a intenção de ajudar o Vitória FC, mas infelizmente até hoje não agendou nenhuma reunião de trabalho, não querendo saber nem nos permitindo apresentar as soluções que a direção tem para salvar e reerguer o Vitória. Não tendo havido até agora a necessária disponibilidade e vontade, ficamos todos os vitorianos expectantes sobre qual é a ajuda que a CMS quer efetivar. Hoje (ontem), 30.11.2020, enviámos uma carta à senhora presidente da Câmara, dando-lhe conta de uma série de ocorrências levadas a cabo no Vitória FC, identificadas pela direcção, que lesam o Vitória em mais de 8.5 milhões de euros referentes à VFC- SAD”.

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