Navigator garante subsídios e gratificações a trabalhadores apesar de perdas acentuadas

Navigator garante subsídios e gratificações a trabalhadores apesar de perdas acentuadas

Navigator garante subsídios e gratificações a trabalhadores apesar de perdas acentuadas

Subsídios de Natal foram adiantados em Outubro e em Dezembro será paga gratificação no valor de mais de 1/3 do salário mensal

 

Face à notícia publicada na edição n.º 504 de O SETUBALENSE com o título “Sindicatos acusam Navigator de manobras na imprensa para ocultar incumprimentos com os trabalhadores”, nomeadamente ao nível do pagamento de férias e prémios, a administração da empresa afirma que já antecipou o pagamento do subsídio de Natal em Outubro e defende que está “atenta às necessidades dos seus colaboradores”, apesar das quebras acentuadas pelas quais tem passado.

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Entre estas quebras está um prémio por objectivos instituído há quinze anos, cujo objectivo não foi alcançado em 2019, pela primeira vez, “por uma diferença superior a 100 milhões de euros”. Ainda assim, esta diferença não impediu a empresa de “atribuir uma gratificação extraordinária a pagar no próximo mês de Dezembro de mais de 1/3 do salário mensal”, para além dos subsídios já adiantados.

Decisão tomada num contexto em que a empresa teve de enfrentar “um confinamento geral nos seus mercados de destino, e uma situação sem precedentes na sua história, com quebras abrupta de encomendas, em valores superiores a 50%”.

Medidas extraordinárias protegeram postos de trabalho

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No que se refere ao corte do subsídio de férias, a empresa recorda que “parou três das suas máquinas de papel de Maio a Julho tendo, nos dois últimos meses, recorrido ao lay-off”. Uma medida de gestão que foi “desde o primeiro momento, pensada para a protecção do emprego”, tendo sido também equacionado, desde o início que, “se as condições de mercado o permitissem os recursos recebidos pelo Estado seriam transferidos para benefício dos trabalhadores”.

No regime de lay-off os trabalhadores veriam ainda o seu vencimento diminuído em 30%. “Todavia, na The Navigator Company o recurso a esta solução foi feito de forma limitada no tempo e abrangendo – em termos de equivalentes a tempo completo – apenas 13% dos seus colaboradores, mantendo em todos os casos, sublinhe-se, a possibilidade de conservar a remuneração total”, assume a administração.

Esta medida apenas foi possível porque a empresa dispôs-se a pagar o vencimento por inteiro a todos os trabalhadores que, “de modo facultativo, optassem por prescindir de alguns dias de férias e folgas, na sua esmagadora maioria acumuladas de anos anteriores a 2020, numa proporção de 1/3”.

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O pagamento de parte das férias não gozadas e das folgas acumuladas a 31 de dezembro de 2019, que sobraram após o acerto atrás referido, ocorrerá ainda no mês de Novembro e vai permitir que mais de 1 100 colaboradores recebam “em média, um valor adicional de 1 400,00 euros”.

A The Navigator Company anuncia que também distribui, todos os anos, cerca de 25 milhões de euros, “referentes a Seguro de saúde, Seguro de vida, Fundo de pensões, Subsídio de infantário, Subsídio de livros escolares, Bolsas de estudo, Subsídio para filhos portadores de deficiência, Cantina e Formação”.

Aumentos salariais de 4% garantidos

Após declarações da Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços (FETESE), que alega não existirem actualizações salariais em 2020, a empresa confirma que, de facto, “não procedeu a um aumento geral dos salários”. Mas, explica que essa medida “resulta do que foi acordado com as comissões de trabalhadores para aguardar a conclusão das negociações em curso, sobre o plano de carreiras”, algo que ainda não ocorreu.

O processo está atrasado, mas “será negociado a partir de Janeiro”. Mesmo porque a Navigator já recebeu do sindicato mais representativo o caderno reivindicativo para 2021.
Não obstante este atraso na The Navigator Company, em 2020 o aumento da massa salarial do grupo foi de 1,11% e o aumento médio individual de cada colaborador beneficiário foi de 4,3%, tendo em conta a inflação de 0%.

Já em 2019, perante uma inflacção de 0,3%, “o aumento geral foi de 2% mas, tendo em conta um conjunto suplementar de medidas e benefícios atribuídos pela empresa, o aumento real atingiu os 4,34%, sendo o aumento médio individual de cada colaborador beneficiário 5,6%”.

Também o prémio atribuído sobre a performance de 2018, atingiu os 3,8 salários, “bem acima da média dos últimos anos em que os resultados da empresa permitiram pagar em média cerca de 2 salários extra de prémio, fazendo com que cada trabalhador da Navigator tenha recebido em média 16 salários”.

Quanto à distribuição de lucros retidos, a administração da empresa recorda que essa “é uma decisão dos accionistas, a tomar em assembleia geral”. Aliás, por “razões de prudência e de boa gestão” esta administração retirou “a proposta de distribuição de lucros de 2019, sem prejuízo de sempre ter manifestado a convicção de que teria condições financeiras para o fazer no final do ano – assim os accionistas o requeressem”, tal como as contas do terceiro trimestre de 2019 vieram comprovar.

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