9 Agosto 2024, Sexta-feira

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Trump não pode continuar

Trump não pode continuar

Trump não pode continuar

30 Outubro 2020, Sexta-feira
Rui Carvalheira

Há quatro anos vimos acontecer algo que jamais pensaríamos possível, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América, sucedendo a Barack Obama um dos mais progressistas presidentes dos EUA desde John F. Kennedy.
Vimos então uma figura controversa e polémica como Trump chegar à Casa Branca e liderar a mais influente democracia do mundo.

Após o choque inicial vários comentadores tentaram tranquilizar a opinião pública, dizendo que o sistema democrático dos Estados Unidos era forte e resiliente e jamais estaria em perigo por uma deriva mais ou menos extrema de um presidente louco.
No entanto durante estes quatro anos constatamos que isso não é totalmente verdade. Durante o seu primeiro mandato assistimos a constantes atropelos à liberdade de imprensa com a expulsão de jornalistas correspondentes na Casa Branca por fazer perguntas incómodas e comentários menos abonatórios ao presidente. Vimos uma constante manipulação dos factos fazendo com que a fronteira entre a verdade e a mentira fosse flutuando à mercê dos desvarios de uma mente conturbada. Assistimos a um ataque às políticas implementadas por Obama não só ao Obama Care que permitiu a milhões de cidadãos terem protecção médica gratuita, à luta contra o acesso a armas de fogo que constantemente coloca escolas americanas nas notícias internacionais, mas também à reversão de políticas de apoio aos imigrantes e à lei que permitia a obtenção da cidadania a crianças nascidas em solo americano independentemente da origem dos seus progenitores. Não nos podemos esquecer das imagens deploráveis de crianças afastadas de seus pais e presas em jaulas aguardando deportação. Durante estes quatro anos assistimos também, a reboque de teorias negacionistas e contra toda a comunidade científica, ao abandono de todas as leis criadas para protecção do meio ambiente e de espécies ameaçadas e ao infame abandono do Acordo de Paris.

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Durante a campanha fomos surpreendidos com a possibilidade de Donald Trump não aceitar os resultados eleitorais se estes não lhe forem favoráveis, acicatando grupos extremistas e milícias armadas para uma guerra civil em sua defesa.

A importância económica, militar e geo-estratégica dos EUA fazem das eleições presidenciais neste país um acontecimento que tem impactos a nível global. Por todos os argumentos atrás descritos as eleições deste ano são ainda mais importantes. Teremos de travar as políticas de destruição do planeta com o objectivo do lucro fácil que Trump e os seus acólitos, como Bolsonaro, estão a levar a cabo um pouco por todo o mundo.
Temos de erradicar em todo o mundo a discriminação de seres humanos com base na sua origem, tom de pele, religião ou orientação sexual. O discurso baseado no medo e no ódio tem sido ao longo dos tempos o maior inimigo da evolução e do progresso do ser humano. Não podemos ceder ao populismo e a discursos que cavalgam os nossos receios e dão falsas ilusões de segurança. Já o vimos antes com o nazismo e sabemos qual o seu resultado.

Trump não pode continuar.

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, Doutor em Ciências da Educação
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