Uma nova CCDR Alentejo com os olhos no futuro

Uma nova CCDR Alentejo com os olhos no futuro

Uma nova CCDR Alentejo com os olhos no futuro

12 Outubro 2020, Segunda-feira
António Ceia da Silva

Há praticamente um mês apresentei a minha candidatura a Presidente da CCDR Alentejo.

Na senda do que tenho feito, gostaria agora de reforçar publicamente as principais linhas de ação e prioridades do mandato que pretendo cumprir, assim o colégio eleitoral me dê o voto de confiança necessário.

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Em primeiro lugar, acredito numa CCDR Alentejo mais enérgica e liderante, que mobilize efetivamente o território, fazendo convergir no momento adequado os parceiros certos, não só para a implementação dos projetos estruturais, mas também de todas as iniciativas de fomento e de coesão social de que a Região necessita.

Uma CCDR atuante em todo o território deve abrir caminho e potenciar a descoberta de iniciativas dos pequenos e micro empresários e dos jovens empreendedores que querem criar riqueza e emprego, apontando-lhes o caminhos e as janelas do financiamento do futuro PO Regional e das várias linha de apoio associadas.

Sei do que falo, pois com muitos contactei e fiz esse acompanhamento na área do Turismo nos últimos 12 anos, com os resultados que são reconhecidos por todos.

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A atração de investimento externo à Região é importante, mas o apoio aos negócios de base local não o é menos.

Proponho-me trabalhar em conjunto com as associações empresariais setoriais e multissetoriais, organizando anualmente os Roteiros da Descoberta Empresarial do Alentejo, iniciativa que se deverá tornar catalisadora para as dinâmicas da Estratégia Regional de Especialização Inteligente, a qual não funcionou no período de programação dos Fundos Estruturais que agora está prestes a terminar, tendo como consequência o atraso na ligação das dinâmicas de investigação e inovação aos vários setores da economia regional.

Por isso digo que não basta preparar as estratégias, é preciso concretizá-las num quadro de liderança colaborativa, ativa e abrangente, trabalhando com a multiplicidade de atores de todos os quadrantes políticos, económicos e sociais, bem como com a sociedade civil.

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Essa tem sido a minha prática nos últimos anos!

Não podemos esperar mais.

Sei o que é conceber e planear, mas depois também fazer, executar e, não menos importante, prestar contas a quem nos elege.

Em segundo lugar, a visão que tenho para a CCDR alicerça-se numa ideia de profunda mudança que defendo para a instituição, compatível com o recorte e leque de competência que estas agências, agora mais enraizadas no poder local, apresentarão no futuro.

Por isso, é necessário ensaiar e montar novas figuras de coordenação e governação, bem como imprimir um novo ritmo e energia às existentes.

Defendo, nesta linha, a revalorização da figura do Conselho de Coordenação Intersectorial da CCDR Alentejo, que deverá a passar a reunir trimestralmente.

É fundamental olhar para este órgão como um espaço efetivo de concertação e de coordenação de políticas setoriais, acrescentando-lhe, agora, uma dimensão territorial mais reforçada, que este novo modelo de eleição dos dirigentes das CCDR, estou certo, potenciará.

Será também neste fórum que teremos de articular respostas concretas e apresentar as nossas propostas ao Governo, em domínios cruciais para o desenvolvimento da Região.

Caberá por isso ao novo Presidente da CCDR Alentejo assumir a liderança política dos dossiês fundamentais para a Regão, nas áreas da Saúde, Acessibilidades, Transportes, Dinamização Económica, nas Artes e Cultura, no Ambiente, trabalhando diretamente com o PrimeiroMinistro, com as várias tutelas e com a própria Comissão Europeia, no sentido de garantir um antecipado planeamento e a sua efectiva execução.

Falo do Hospital Central do Alentejo, a construir em Évora, mas também da melhoria do serviço dos hospitais nas infraestruturas existentes, em Portalegre, Beja e Santiago do Cacém; no domínio das acessibilidades, da ligação da A23 à A6 – fundamental para o desenvolvimento do Alto Alentejo – da eletrificação e modernização da ferrovia no Baixo Alentejo, da construção da autoestrada até à sua capital e, numa segunda fase, à fronteira de Ficalho, investimento fulcral que irá ligar três pontos nevrálgicos, Sines-Beja e o aeroporto – Espanha; da dinamização comercial, precisamente, desta infraestrutura aeroportuária e da ligação ferroviária Sines-Caia, que, e bem, este Governo colocou finalmente em marcha e, claro, da extensão e ampliação dos investimentos do Porto de Sines, que dependem em larga medida da finalização daquela.

Mas a minha atenção estender-se-á a todas as regiões, por isso colocarei igual empenho na resolução do problema das acessibilidades ao Litoral, nomeadamente no que se refere a Odemira e Sines -aqui com a ligação da A26 à A2 – e nos acessos a Barrancos e Mértola.

Comigo não haverá territórios esquecidos.

Empenhar-me-ei ainda no apoio à dinamização do cluster aeronáutico de Ponte de Sor e na garantia da construção da Barragem do Pisão.

Acredito, igualmente, na candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027, como iniciativa estratégica para todo o Alentejo, aliás os intervenientes mais diretos do processo conhecem bem o papel que desempenhei quando foi necessário agregar vontades e avançar com a planificação inicial do projecto.

Os desafios que temos pela frente são enormes.

É também por isso que ambiciono uma CCDR mais inteligente, capaz de, no plano interno, produzir reflexão e programação sobre a Região, exercício que não pode ser feito somente de sete em sete anos, quando nos encontramos na pendência de um Quadro Comunitário de Apoio.

Essa é a minha terceira linha de ação e prioridade.

É nesta lógica que se enquadra a nova dinâmica que procurarei dar ao Órgão de Acompanhamento das Dinâmicas Regionais do Alentejo, na prática, o Observatório do Território, ligando-o às estruturas de investigação e de apoio à definição das políticas públicas das instituições de ensino superior regionais.

Nesse quadro, pretendo instituir uma dinâmica de forte colaboração entre a CCDR, a Universidade de Évora e os Institutos Politécnicos de Beja e Portalegre, bem como com as respetivas cátedras, centros de investigação e laboratórios.

A Academia e as suas unidades de conhecimento devem ser, ainda que não as únicas, os grandes suportes para o trabalho de monitorização e de acompanhamento da execução das políticas públicas regionais.

Só assim conseguiremos revalorizar as funções de acompanhamento de políticas e de prospetiva/planeamento da própria CCDR Alentejo.

Em quarto lugar, a CCDR Alentejo precisa de descer ao terreno, indo ao encontro dos cidadãos e melhorar a sua comunicação. Nesse contexto, espero ter oportunidade de concretizar várias iniciativas que tenho falado publicamente, salientando a promoção de parcerias plurianuais com os órgãos de comunicação social regionais no quadro da organização dos Encontros no Alentejo – Levar a Europa ao Território e da ação “Uma Dia na Freguesia”, em conjunto com as Câmaras Municipais e Juntas respectivas.

Quero, também que as delegações da CCDR sejam parte ativa neste esforço de descentralização no interior do próprio território alentejano.

Por último, mas não menos importante, é necessário mudar e melhorar significativamente a comunicação do Alentejo para o exterior, numa ótica de melhoria do posicionamento competitivo da Região.

A afirmação do Alentejo e da sua economia no plano internacional é a minha quinta prioridade.

O facto de o sítio da CCDR na Internet não disponibilizar informação em inglês é bastante sintomático do atraso que a região revela a este nível.

Defenderei neste âmbito uma CCDR comprometida com a atração de investimento e de talentos, disponibilizando informação útil que seja oportuna, fazendo uso das novas tecnologias, por exemplo, para enquadrar as melhores localizações para as várias tipologias de negócio, em função das orientações e condicionantes do PROT.

A CCDR Alentejo deve organizar-se como um veículo por excelência da diplomacia económica da Região, e o seu Presidente afirmar-se como um embaixador de relevo.

Trabalho, naturalmente, a ser prosseguido em articulação com as várias agências especializadas – AICEP e ADRAL, ao nível regional – mas também com a participação fundamental dos Municípios, Comunidades Intermunicipais e associações empresariais.

Essa afirmação das potencialidades implica uma verdadeira política de marketing territorial integrada, conjugada com a do Turismo, mas com dimensões acrescentadoras, ao nível de atração do investimento e de residentes.

A esse nível, a CCDR Alentejo deverá fomentar a realização de ações de promoção integrada, ligando os “setores bandeira” da região (Vinhos, Azeite, Minérios, Turismo, Agricultura) numa verdadeira estratégia de marketing territorial.

Em resumo, defendo uma CCDR:
• Mais ativa e com redobrada capacidade de intervenção política;
• Empenhada na condução de um novo modelo de governação participativa, que valorize o papel dos autarcas, mas também o da sociedade civil;
• Imaginativa e inteligente que reforce a sua ligação à Academia e que não abdique da sua função de planeamento e de prospetiva;
• Focada na internacionalização da economia e na promoção de projetos estruturais e mobilizadores;
• Ambiciosa em galgar lugares no ranking europeu das regiões inovadoras, fazendo disso uma prioridade clara no discurso regional e mobilizando os atores certos para o efeito;
• Voluntariosa que ajude efectivamente a resolver os problemas concretos que a Região apresenta, desenvolvendo agendas próprias em áreas como a demografia e migrações, habitação, ambiente, sustentabilidade e gestão da água, áreas de intervenção que muito me preocupam.

É este o meu compromisso com a Região, com os autarcas e eleitos locais, com os agentes económicos e associativos.

Conto com o apoio de todos os alentejanos no dia 13 de outubro.

Juntos construiremos uma nova CCDR e um Alentejo ainda mais forte e dinâmico.

Com os olhos postos no futuro.

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