13 Agosto 2024, Terça-feira

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Zero reafirma que resíduos no Vale da Rosa são perigosos e exige decisão urgente

Zero reafirma que resíduos no Vale da Rosa são perigosos e exige decisão urgente

Zero reafirma que resíduos no Vale da Rosa são perigosos e exige decisão urgente

Em causa estão 80 mil toneladas de matérias onde foi detectado arsénio, um químico altamente tóxico

 

A associação ambientalista Zero veio reafirmar que os resíduos depositados em Vale da Rosa, no concelho de Setúbal, estão classificados como “perigosos”. Uma situação que já tinha levantado em Junho deste ano, tendo alertado na altura a Secretaria de Estado do Ambiente, e que veio sustentar ontem apontando “um estudo encomendado pelo proprietário do terreno, o Millennium BCP”.

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Refere a Zero, em comunicado, que este estudo “veio confirmar a perigosidade dos resíduos, assim como apontar para um total de 80 mil toneladas”, depositadas há cerca de duas décadas. No mesmo documento, a associação afirma que, “até hoje não recebeu qualquer esclarecimento por parte da Secretaria de Estado, tendo recentemente insistido junto do Ministério no sentido de obter uma resposta”.

Entretanto, a Visão publicou, também ontem, que as análises na zona do Vale da Rosa “detectaram arsénio, um químico altamente tóxico, devido ao depósito ilegal”, e acrescenta que DR o Millennium BCP – que recebeu os terrenos na sequência da insolvência da holding Pluripar, em 2017 – já foi notificado para remover os resíduos, processo que custará cerca de 10 milhões de euros”. Situação que o banco “vai contestar” caso não seja encontrado o responsável pelo depósito, o que poderá levar o Estado a ter de assumir este encargo financeiro.

Escreve o mesmo órgão de comunicação, que estes resíduos, potencialmente cancerígenos, chegaram a ser tidos como sendo escórias de alumínio da antiga Metalimex, que os importou da Suíça nos anos 90 para reciclar numa fábrica em Vale da Rosa. Mas a fábrica não avançou e as escórias foram enviadas para a Alemanha. Referindo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), a Visão transcreve que “os resíduos tiveram origem na empresa Eurominas Electro-Metalurgia, SA”.

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Já em Agosto, a O SETUBALENSE, a presidente deste organismo de coordenação, Teresa Almeida, respondia que “seguramente não são resíduos Metalimex”. Suspeita de contaminação do solo e água subterrânea Dois meses e meio antes, e depois da denúncia da Zero, esta entidade tinha solicitado análises a estes resíduos, sob suspeita de contaminação dos solos e água subterrânea, resultados que agora divulgou à Visão. Com base num estudo de avaliação da contaminação dos solos e água subterrâneas, foi identificado “ligeiras excedências aos valores de referência do arsénio em três amostras”, e ainda, em outra amostra das águas, foi verificado “um valor de arsénio tangencialmente acima dos respectivos valores limite”.

Assim é entendido que o depósito “pode ser considerado como a fonte da contaminação identificada”, o que é apontado pelo relatório, e noticiado. Com base nesta informação, a Zero vem reiterar a “urgência da Secretaria de Estado do Ambiente responder às questões” que colocou. Para além disso, os ambientalistas dizem ter conhecimento que “estes resíduos terão sido colocados no terreno em causa, por volta de 2003, tendo como destino a utilização na construção civil”.

Ora com a Eurominas Electro-Metalurgia presente na zona nascente da Península de Mitrena, junto ao estuário e encostada ao limite da Reserva Natural do Estuário do Sado, a Zero alerta que para além da possível contaminação dos solos com arsénio, “está o facto de estes resíduos terem sido utilizados durante vários anos na construção civil”. Ao mesmo tempo quer saber “quem vai financiar a remoção e tratamento destes resíduos, não sendo ainda um dado adquirido que o actual proprietário do terreno vá assumir esses custos”.

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