Ministro da Infra-estrutura tomou boa nota do apelo mas sobre a fusão Setúbal-Lisboa diz que é preciso dar tempo
O presidente da Câmara Municipal de Sines pediu ao Governo que separe a administração do Porto de Sines dos do Algarve, defendendo que o actual modelo conjunto, sob o nome Administração dos Portos de Sines e do algarve (APSA), não é o melhor.
“A junção dos portos do Algarve com o de Sines foi, sem dúvida, um erro de Casting” afirmou Nuno Mascarenhas, na quarta-feira, durante a apresentação do Plano estratégico do Porto de Sines, na presença do ministro das Infrasestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.
O autarca argumentou que “não se vislumbram ganhos de eficiência na gestão conjunta”, porque “o porto de Sines e os portos de Portimão e de Faro têm missões distintas”. “Até do ponto de vista da marca, os portos do Algarve têm pouco a ganhar com esta associação. “O porto de Sines encontra-se noutro campeonato e por isso a junção destes portos foi sem dúvida um erro”, considerou.
Uma conclusão que, segundo disse Nuno Mascarenhas, muitos pensam mas só ele agora a disse pessoalmente ao ministro.
Ao ouvir estas palavras, o governante fez sinal ao seu secretário de estado, também presente, para registar a nota mas, no final, foi parco em palavras. “Vamos acompanhando e aprendendo com a experiência”, disse. Questionado sobre como vê o funcionamento da administração conjuntas dos portos de Setúbal e Lisboa, acrescentou que “temos de dar tempo às reformas para respirarem, consolidarem-se e produzirem os seus resultados e não ter medo de alterar se elas não funcionarem, mas não podemos estar sistematicamente a fazer alterações.
A fusão das administrações dos portos de Sines e do Algarve foi concretizada em 2014, pelo governo de Pedro Passos Coelho (PSD) e, já em 2016, no primeiro executivo de António Costa, a ex-ministra Ana Paula Vitorino pretendia reverter a medida.
No caso de Setúbal, a fusão da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) com a Administração do Porto de Lisboa (APL) a foi uma decisão foi já do governo socialista de António Costa, em 2016, que, na altura, suscitou contestação na cidade do sado.