Em 2018 começou a funcionar a valência de apoio à população idosa, mas tem vindo a somar prejuízos avultados
O serviço de apoio domiciliário da Liga dos Amigos da Quinta do Conde vai encerrar. O arranque desta valência, com capacidade para 40 utentes, aconteceu em 2018 com a prestação de serviços especializados aos mais idosos da freguesia mas sem regime de comparticipação financeira pelo Instituto da Segurança Social.
Segundo Francisco Macedo Ferreira, presidente da instituição desde Janeiro de 2019, “sem o apoio da Segurança Social, e com um prejuízo na ordem dos 50 mil euros, mesmo com alguns apoios que recebemos, incluindo da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, é impossível continuar”. Depois da tentativa realizada recentemente pela Liga dos Amigos da Quinta do Conde para pedir uma reunião com a Segurança Social, esta “enviou um despacho onde diz que não existiam condições para reunir”.
Desta forma, e sem alternativas à vista até ao momento, 13 utentes vão ficar sem o acompanhamento diário que recebem através deste serviço da Liga de Amigos, prestado também aos sábados e domingos, que nasceu para dar resposta às necessidades locais para a faixa etária mais elevada.
“O que vai acontecer a estas pessoas?”, questiona. “Estes idosos já vieram para nós porque o Centro Comunitário da Quinta do Conde não lhes dava o apoio pretendido. Somos os únicos a dar este apoio, de higiene, e também de refeições para alguns.
Qualquer altura é má para deixar as pessoas na mão mas esta é pior ainda”, adianta.
Quanto à data prevista para fecho, Francisco Macedo Ferreira estima que a data limite seja 31 de Agosto. “Vamos reunir hoje e apresentar no dia 11, na segunda parte da nossa Assembleia Geral, que iniciámos no dia 27 de Junho, a data que propomos para fecho. Temos dois meses pela frente mas não há hipótese”, refere.
Instituição adapta-se em tempos de pandemia
A Liga de Amigos da Quinta do Conde nasceu em 2001, fruto de preocupações pelo desenvolvimento da vila da Quinta do Conde, mas só foi criada no ano seguinte por escritura pública. Em 2007, adquire o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social e em 2011 é inaugurada a resposta social da creche.
Durante os tempos de isolamento, devido à pandemia Covid-19, Francisco Macedo Ferreira informa que “os seus colaboradores se mantiveram em teletrabalho e, através da plataforma online Zoom, foi realizado um trabalho espectacular com as crianças. Os pais ficaram muito agradados e as crianças também. Entretanto já voltaram à nossa instituição e está tudo a correr bem”.
A Liga dos Amigos da Quinta do Conde está hoje dividida entre dois berçários, a sala branca, “onde estão as crianças que adquiriram a marcha”, a sala amarela, dos dois anos, a sala azul, dos três, e a sala do pré-escolar, até aos 4/5 anos. De um total de três salas existentes para esta etapa, com capacidade máxima de 75 alunos, apenas uma, para 25, contando com o apoio da Segurança Social, está a funcionar.
“Excepcionalmente, não vamos fechar em Agosto e em Setembro começamos o novo ano. Não há paragem”, afirma. “Foi feita a desinfestação e a limpeza toda no período da pandemia, por isso agora só vamos fechar uns dias no Natal”, explica.
No que diz respeito a planos para o futuro, Francisco Macedo Ferreira centra o seu esforço “em agir dentro da legalidade e fazer o melhor possível” pelos colaboradores, pelas crianças, pela comunidade a que a Liga dos Amigos da Quinta do Conde se dedica.