A abertura contou com as presenças do secretário de Estado João Paulo Catarino, do preaidente do ICNF e do vice-presidente da APA, além dos autarcas locais
Estava programada para meados de Março, mas só na passada quinta-feira quinta-feira, 4, é que se realizou e em moldes diferentes dos habituais, sem o aglomerado de pessoas que habitualmente regista o momento. A pandemia assim o obrigou e a abertura ao mar da Lagoa de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, além de adiada, teve desta vez as margens do canal despidas de gente.
A acção este ano não foi, porém, de concretização fácil, já que após um primeiro adiamento para o início de Abril, face ao estado de emergência que estava então em vigor, surgiu um parecer desfavorável para a abertura.
“A APA, entidade responsável pela abertura da Lagoa, pediu o parecer vinculativo ao Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF), que emitiu um parecer desfavorável, evocando que a abertura da Lagoa neste período iria afectar a nidificação de uma espécie de aves”, lembra a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, que interveio junto da tutela para desbloquear a situação.
“A Câmara Municipal de Santiago do Cacém fez chegar as suas preocupações ao secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território e à APA para que esta decisão fosse reconsiderada, o que veio a acontecer. Também a população manifestou a sua apreensão tendo sido lançada uma petição para que Lagoa de Santo André fosse aberta, este ano, ao mar”, explica a autarquia, salientando a importância do processo.
“É um procedimento fundamental do ponto de vista ambiental para a renovação do sistema lagunar de extrema importância para o habitat das várias espécies que aqui vivem, desde os peixes às aves migratórias.”
O município frisa ainda que a Lagoa de Santo André “é também importante para a comunidade piscatória e toda a actividade económica que resulta da pesca, como a da restauração, estendendo-se ainda às pessoas que frequentam a Lagoa”. E reforça que é necessário “encontrar o equilíbrio que garanta a preservação da avifauna e do meio ambiente da Reserva Natural e as pessoas que necessitam da Lagoa”.
A abertura da Lagoa contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, do vereador Albano Pereira, do presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, do secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, além do presidente do ICNF, Nuno Banza, e do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado.