Câmara de Palmela diz que bacia de retenção não é suficiente devido a erros de construção do passado
Em dia de chuva, na zona industrial do concelho de Palmela, a Estrada dos Quatro Castelos, fica submersa, com um lençol de água de pelo menos 50 centímetros de altura onde, à passagem de camiões pesados são levantados jactos de água com dois metros. Problema será resolvido com um investimento superior a 1,5 milhões de euros, a iniciar até ao fim do ano.
Junto à propriedade da família Xavier de Lima e ao armazém da J. Pinto Leitão, dois trabalhadores desta empresa referiram à equipa de reportagem de O SETUBALENSE que, “sempre que chove a situação repete-se, com a estrada completamente alagada” e consideram “inédito” que não haja muitos acidentes.
A Câmara Municipal Palmela confirmou a O SETUBALENSE que tem conhecimento desta situação e explica que “a via passa por uma zona de retenção onde há vários problemas de escoamento, devido aos maus loteamentos realizados no passado, nos terrenos do empresário Xavier de Lima, e que levaram à construção de armazéns, sem que as infraestruturas necessárias fossem primeiro acauteladas”.
A esta situação acresceu também uma ponte da autoestrada “que não foi construída no sítio mais adequado”, refere a autarquia. Por isso, mesmo com a bacia de retenção existente no local, em momento de elevada precipitação, como se registou na passada quinta-feira e ontem, “a estrada fica alagada”.
Mas o alagamentos não ficam sem resolução por muito mais tempo com projecto intermunicipal HUB 10, de Setúbal, Palmela e Sesimbra já a decorrer.
A primeira fase de requalificação desta via incluiu a construção de uma rotunda de beneficiação do troço norte da Estada de Vila Amélia, passeios e asfalto.
Na segunda fase, cujas obras devem começar no terreno até ao fim do ano, vão ser abrangidos os troços nascente e sul desta estrada, numa extensão de mais de quatro quilómetros. “Será efectuado reperfilamento da faixa de rodagem, um novo enquadramento paisagístico, a criação de uma via para peões e ciclistas e de caixas e abrigos para transportes públicos rodoviários, criando um interface em torno da EN10 e das estações ferroviárias da Penalva e de Coina”.
O novo projecto representa um investimento de 1 562 588,61 euros, já aprovado pelo POR Lisboa 2020 – Plano de Acção Regional, mas aguarda resposta ao pedido de empréstimo submetido no Banco Europeu de Investimento. “Devido à pandemia causada pelo novo coronavírus o processo parou, aguardando-se resposta para breve”, garante a autarquia.
Antes da pandemia a Câmara Municipal de Palmela anunciou que a obra deveria começar ainda em 2020 e estar concluída em Setembro de 2021.