A Rede de Bibliotecas Escolares foi dríada em 1996 com o objetivo principal “de instalar e desenvolver bibliotecas em escolas públicas de todos os níveis de ensino, disponibilizando aos utilizadores os recursos necessários à leitura, ao acesso, uso e produção da informação em suporte analógico, eletrónico e digital.”.
A criação de uma Biblioteca Escolar é efetuada por candidatura, sendo selecionados os projetos mais consistentes quer para a instalação quer para a requalificação das Bibliotecas existentes, sendo inclusive disponibilizada formação específica para Professores. O funcionamento das Bibliotecas Escolares obedece à Portaria 192-A/2015, sendo a responsabilidade tripartida – Agrupamento de Escolas, Município e Ministério através da Rede de Bibliotecas Escolares. Para o ano de 2017, mais de 20 escolas viram o seu projeto aprovado, garantindo que os seus alunos vão poder ter acesso a leitura de livros, partilha de informação, desenvolvimento de literacias, aquisição de competências de informação e na formação de leitores. Estes objetivos devem ser trabalhados desde o 1º ciclo sendo primordial a existência em cada escola de uma Biblioteca Escolar devidamente apetrechada, não só com livros mas também com computadores, impressoras, digitalizadores, etc, para que os alunos possam ter os recursos necessários para um desempenho eficaz e de qualidade.
No Montijo são raras as Bibliotecas Escolares, sendo que as existentes apresentam lacunas na sua forma, no seu conteúdo e na sua utilização por inexistência dos recursos necessários. A questão que se coloca é: E porque é que o Executivo Camarário, que diz que aposta na Educação, não altera esta situação? A resposta foi sendo dada ao longo de 18 (penosos) anos em que pouco ou nada foi feito em relação às Bibliotecas Escolares, sendo os mais penalizados os alunos. Aposta perdida pelo Executivo? É por demais evidente que não se pode desenvolver um trabalho eficiente se não se sabe o que fazer. Na Educação não há apostas, há projetos e concretizações. Concelhos há em que todas as Escolas do 1º ciclo ao secundário têm a sua Biblioteca Escolar e os resultados medem-se, na qualidade do ensino, nos rankings e nos acessos aos melhores cursos universitários.
Há que mudar as prioridades na gestão das coisas públicas, principalmente no capítulo da Educação. Em outubro os Montijenses têm a oportunidade de alterar a estagnação em que se chegou na educação. É triste saber-se que a Câmara tem dinheiro no banco mas nunca há dinheiro para comprar tinteiros para as impressoras das Bibliotecas Escolares, levando a que ou não se imprime, ou imprime-se a custos dos pais e encarregados de educação, uma educação que devia ser gratuita, tal como diz a alínea a) do número 2. Do artigo 74º da Constituição da República Portuguesa: “Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito.”.
É este o estado lamentável das Bibliotecas Escolares no Concelho de Montijo. As Bibliotecas Escolares merecem Muito Mais Montijo.