União das IPSS de Setúbal quer mais apoios para evitar fecho de lares de idosos

União das IPSS de Setúbal quer mais apoios para evitar fecho de lares de idosos

União das IPSS de Setúbal quer mais apoios para evitar fecho de lares de idosos

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Presidente da união distrital acusa segurança Social de coacção sobre instituições

 

 

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O presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) de Setúbal defendeu ontem a necessidade de uma “maior atenção do Estado aos lares de idosos”, sob pena de muitos terem de fechar as portas.

“Se não houver um olhar atento para estas instituições, designadamente no distrito de Setúbal, e em particular na Península de Setúbal, não tenho dúvidas nenhumas de que há muitos lares de diversas instituições legalizadas, e também alguns clandestinos, que podem entrar em situação de falência”, disse à agência Lusa Fernando Sousa.

O presidente da UDIPSS de Setúbal, que é também presidente da direcção da ARIFA – Associação dos Reformados e Idosos da Freguesia da Amora, no Seixal, afirma que, em vez desse apoio cada vez mais necessário devido aos muitos problemas dos lares, agravados pela pandemia da covid-19, as denominadas ERPI (Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas) estão a ser pressionadas pela Segurança Social para receberem mais idosos.

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“Está a haver coacção dos órgãos oficiais (Segurança Social) que nos exigem coisas que nós, neste momento, não podemos fazer. Querem libertar camas dos hospitais – e eu entendo que é preciso libertar camas nos hospitais -, mas não podemos colocar as pessoas em instituições que já não têm capacidade para as receber, por falta de condições e de pessoal”, disse Fernando Sousa, reiterando também o alerta para a possibilidade de encerramento de algumas destas instituições a curto prazo.

“Ao fecharmos a porta de uma IPSS com uma ERPI começa o `salve-se quem puder´: quem tem dinheiro vai para grandes estruturas de luxo, que proliferam por tudo quanto é sítio e cobram valores superiores a 1.500 euros, quem não tiver dinheiro vai para lares clandestinos, mais baratos, que cobram cerca de 500/700 euros, mas que também estão a enfrentar grandes dificuldades”, advertiu, antecipando um futuro muito complicado para todo o sector.

Questionado sobre a alegada coacção e eventuais ameaças explícitas ou implícitas da Segurança Social aos lares que recusam receber mais idosos, Fernando Sousa admitiu que não tem conhecimento de nenhuma ameaça concreta, mas acrescentou que “as instituições do sector conhecem muito bem o outro parceiro (Segurança Social)”.

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Referindo-se à situação da ARIFA, a que preside, disse que se trata de uma instituição com várias valências e um total de 125 funcionários para um lar de 72 idosos, muitos deles com demência ou dependência e com uma média de idades de 85 anos, uma Unidade de Cuidados Continuados com 30 utentes, 70 idosos em Apoio Domiciliário e 40 no Centro de Dia.

Os mesmos 125 funcionários da ARIFA têm ainda a seu cargo um Centro de Convívio com 51 utentes e uma creche com 78 crianças, mas estas duas valências estão encerradas por decisão do Governo devido à pandemia do Covid-19.

“As pessoas que trabalham na ARIFA, como em muitas outras instituições deste género, estão muito desgastadas, têm medo de ser contagiadas e de contagiarem os seus familiares. Penso que também merecem uma palavra de conforto do Governo e do próprio Presidente da República”, defendeu.

A agência Lusa tentou obter uma resposta da Segurança Social, mas não foi possível até ao momento.

Lusa

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