27 Junho 2024, Quinta-feira

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Eleições inéditas nos 109 anos de história do Vitória FC.  Cinco candidatos na corrida pela presidência

Eleições inéditas nos 109 anos de história do Vitória FC.  Cinco candidatos na corrida pela presidência

Eleições inéditas nos 109 anos de história do Vitória FC.  Cinco candidatos na corrida pela presidência

|Chumbita Nunes

Chumbita Nunes (lista A), Pedro Gaiveo Luzio (lista B), José Dias Mendes (lista C), Paulo Gomes (lista D) e Vítor Hugo Valente (lista E) são os candidatos às eleições do Vitória FC da próxima sexta-feira

 

 

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Os sócios do Vitória FC vão na próxima sexta-feira decidir qual dos cinco nomes que apresentaram candidaturas à presidência do clube querem ver à frente do clube no triénio 2020-2023. Nas eleições mais concorridas de sempre nos 109 anos de história do emblema setubalense vão a votos Chumbita Nunes (lista A), Pedro Gaiveo Luzio (lista B), José Dias Mendes (lista C), Paulo Gomes (lista D) e Vítor Hugo Valente (lista E).

Com a campanha a intensificar-se nas ruas, nas coletividades e na comunicação social, os próximos dias prometem ser de muita azáfama para os candidatos que se vão desdobrar em contactos, sessões de esclarecimento, entrevistas e, num momento que se pode vir a revelar decisivo para a escolha do próximo líder, um debate promovido por O Setubalense na quarta-feira à noite no Auditório Municipal Charlot.

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De forma a dar aos nossos leitores uma visão global do que foi dito pelos cinco cabeças de lista ao sufrágio que decorre sexta-feira no Pavilhão Antoine Velge, elaborámos uma síntese das ideias transmitidas por todos eles até ao momento. Quais as razões pelas quais entraram na corrida à liderança do Vitória e quais as suas prioridades são algumas das questões respondidas. Por uma questão de lógica, elaborámos o texto que se segue pela ordem de entrega das listas ao presidente da mesa da Assembleia Geral, Cardoso Ferreira.

Chumbita Nunes (lista A) aponta a “contas certas”

Chumbita Nunes, antigo presidente, promete contas certas e grandes vitórias

O advogado Chumbita Nunes, de 65 anos, foi o primeiro a entregar a sua lista e na hora de o fazer explicou as prioridades que tem traçadas, depois de ter sido presidente do Vitória entre 2003 e 2006. “Os vitorianos merecem transparência, honestidade, contas certas e grandes vitórias. Queremos também tentar construir um centro de estágio ou academia, renovar o estádio com vista a um futuro”.

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O ex-presidente explicou as razões que o levaram a entrar na corrida. “Considero que as coisas que ocorreram nos últimos tempos não foram o melhor para o Vitória, que apareceu na comunicação social pelos piores motivos. Acho que é preciso mudar o paradigma e é por isso que me vou candidatar”, disse, referindo ter recebido muitos apelos para avançar. “Foi um desafio de muitos vitorianos e tive de ponderar porque não estava nos meus horizontes candidatar-me neste momento a presidente do Vitória. A pressão foi tanta que aqui estou”.

Instado a comentar o número de candidatos ao ato eleitoral, Chumbita Nunes considera que apenas dois são alternativa à actual direção de Vítor Hugo Valente. “São cinco, mas é preciso ver que três vêm do mesmo lado. É o atual presidente e os dissidentes da direção Pedro Gaiveo Luzio e Paulo Gomes. Em bom rigor, só há dois candidatos porque os outros três vêm todos do mesmo lado”, disse durante a apresentação que teve lugar num hotel da cidade na passada quinta-feira.

O candidato, sócio do clube há 25 anos, criticou a forma como a demissão do vice-presidente Paulo Gomes, que é agora candidato às eleições, antecipou as eleições um par de meses. “Estou preocupado com o que se está a passar. Nunca pensei que houvesse a demissão da forma como houve. A demissão foi um golpe palaciano. Já estavam previstas eleições e o presidente da AG já tinha dito que iria marcar eleições para Fevereiro ou Março. Não faz sentido não terem deixado o mandato chegar até ao fim”.

Chumbita Nunes frisou ainda que ao contrário do que acontece habitualmente com os antigos presidentes é o único que continua a marcar presença nas assembleias gerais do emblema setubalense. “Estou sempre presente no que é o Vitória. Nunca falhei uma assembleia geral. De todos os presidentes que passaram pelo clube o único que ainda lá vai sou eu”, disse, o advogado que tem Francisco Alves Rito e João Silveira Piedade como candidatos à mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal de Disciplinar, respetivamente.

Pedro Gaiveo Luzio (Lista B) quer resolver “situação financeira”

Gaiveo Luzio, ex-vice-presidente, elege situação financeira como maior preocupação

Pedro Gaiveo Luzio, candidato da lista B, aponta a recuperação da situação financeira do clube da I Liga de futebol como prioridade caso seja eleito. O empresário, que em Janeiro de 2019 se demitiu da vice-presidência do clube por discordar do modelo de gestão seguido pela actual direcção, revelou já ter reunido vários apoios durante a apresentação dos nomes que compõem a sua lista candidata aos órgãos sociais.

“A situação financeira é prioritária porque sem dinheiro nada se faz. Com a credibilidade que transmiti, temos a sorte de ter empresas da cidade que nos vão ajudar, temos parceiros financeiros que nos vão ajudar para necessidades de tesouraria e, a curto prazo, temos investidores que querem estar ao lado do Vitória”, disse na apresentação que decorreu num restaurante no centro da cidade de Setúbal.

E acrescentou: “Temos três medidas imediatas: auditoria, que já está pré-adjudicada, às contas da SAD e do clube. A segunda é a fazer rapidamente uma alteração dos estatutos, que teve uma equipa a fazer um trabalho notável nesse sentido, mas, por qualquer razão, ninguém fez nada. Finalmente, marcar uma AG extraordinária para implementar medidas que temos no nosso programa, tais como: oficializar o hino e uma mascote. Criar um cartão família, estudante, atleta”.

Pedro Gaiveo Luzio, de 54 anos, anunciou que Jorge Pereira, que na passada semana renunciou ao cargo de secretário-geral que exercia no Vitória de Setúbal, é o seu eleito para assumir o futebol do clube. “Caso sejamos eleitos, Jorge Pereira vai ser o nosso diretor geral do futebol. É um homem com provas dadas e que reúne todas as condições para desempenhar essa função”, sublinhou.

O candidato, que entregou na quinta-feira a sua lista completa nas instalações do Estádio do Bonfim, manifestou o desejo de se assistir a uma campanha “limpa”. “O Vitória Futebol Clube merece essa dignidade. Da minha parte só vou falar das minhas ideias, do projeto, da minha equipa e do que temos de fazer a curto e médio prazo se formos eleitos. Espero que os outros façam o mesmo porque só assim se dignifica a cidade de Setúbal e o Vitória”, vincou.

A lista de Pedro Gaiveo Luzio tem Nicolau Tavares como mandatário, Manuel Guerra Henriques como líder da Mesa da Assembleia Geral e Eduardo Moreira Pinto no Conselho Fiscal e Disciplinar.

José Dias Mendes (lista C) afirma ser “rosto da mudança”

José Dias Mendes, empresário foi o terceiro a entregar candidatura

Em nome da “mudança” e com lema “honra e seriedade”, José Dias Mendes formalizou na sexta-feira de manhã, no Estádio do Bonfim, a candidatura à presidência do Vitória, concorrendo às eleições com a lista C. O empresário, sócio do clube desde 20 de Novembro de 2017 com o número 8.591, acredita que é a pessoa certa para cortar com o passado e implementar no Vitória as mudanças que o clube precisa para se modernizar. “O Vitória tem futuro e em nome desse futuro acreditamos que o clube precisa de uma mudança e de rostos novos para mudar o paradigma do modelo de negócio que temos atualmente. Pretendemos mudar e ser completamente diferentes”, disse.

José Dias Mendes, de 50 anos, é pós-graduado em organização e Gestão do futebol profissional, em marketing e tem os cursos de team manager e diretor desportivo e considera que esses requisitos, aliados à competência dos membros que compõem a sua lista, são trunfos da sua candidatura. “Temos pessoas com muita experiência e a preparação adequada para chegar ao Vitória e fazer as coisas de forma completamente diferente do que tem sido nos últimos anos. É o momento de os vitorianos decidirem se querem que o clube continue a ser mais do mesmo, com as mesmas pessoas ou se querem algo de novo e que representem mais-valias”.

O líder da lista C, que pretende inaugurar um espaço comercial para venda de merchandising do clube no centro comercial Alegro, revelou algumas das medidas que tem no seu programa eleitoral. “Queremos inovação não só na gestão, mas também no marketing e modelo geral da SAD como também nos outros órgãos. Outra das medidas que temos no programa é promovermos reuniões mensais entre a direção e os demais órgãos sociais. Quanto mais massa cinzenta para debater ideias melhor”, referiu.

Jorge Girão Calheiros (candidato à presidência da mesa da assembleia geral) e José Luís Cruz (ao Conselho Fiscal e Disciplinar) são os líderes dos órgãos socias que

acompanham José Dias Mendes (candidato a presidente da direcção) na lista C, que tem António Santos (que tinha liderado listas concorrentes nas duas eleições anteriores do clube) como um dos seus vice-presidentes.

Paulo Gomes lidera lista D promete “rigor e competência”

Paulo Gomes, ex-vice-presidente, promete rigor e competência

Na sexta-feira, três dias depois de ter apresentado no auditório da Escola Sebastião da Gama a sua lista (D) às eleições do clube, Paulo Gomes foi o quarto candidato a formalizar a sua corrida à presidência no Estádio do Bonfim. Com o lema “primeiro o Vitória, o ex-vice-presidente, de 50 anos, que no passado mês de Dezembro apresentou a demissão da direcção com outros nove dirigentes, promete “dedicação, rigor e competência”.

Já com alguns dias de campanha, Paulo Gomes explica que o clube merece que lutem por ele. “Estou a avançar agora, porque se passaram alguns factos durante estes últimos tempos que levaram a que a equipa com que trabalhava na direção se demitisse. Tínhamos duas alternativas: ou íamos para casa descansar ou estaríamos aqui hoje. Achámos que o Vitória estava em primeiro e, por isso, estamos aqui para entrar numa nova luta”, referiu Paulo Gomes que tem Cândido Casimiro e João Martins como candidatos a líderes da mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal e Disciplinar, respectivamente.

Sócio do Vitória desde 1983, o ex-administrador da SAD revelou quais as principais bandeiras do projecto que lidera. “Uma das coisas que o Vitória tem de ter são as suas estruturas bem organizadas. Temos um clube muito esvaziado, com infraestruturas obsoletas e temos de inverter esta tendência. Nos dois últimos anos a direção fez algumas obras de remodelação, mas queremos muito mais do que isso. A nível de SAD, queremos ter as contas todas organizadas e consolidadas e, acima de tudo, ter uma equipa que esteja sempre na primeira metade da tabela”.

Logo no dia sua apresentação, Paulo Gomes deixou uma mensagem a todos os envolvidos nas eleições, referindo que que o clube nada tem a ganhar com “achincalhamento” entre os membros das listas. “Não contem comigo para denegrir adversários, nem para essas guerras. Se o fizerem, estamos a prejudicar a imagem do clube. Confesso ter medo que a campanha não seja limpa. A instabilidade é grande e são muitas listas e, por vezes, preocupam-se em derrubar os adversários em vez de apresentarem projetos sólidos e credíveis. Isso é mau para o Vitória porque a cidade merece um clube mais limpo, são e com massa crítica para o fazer crescer”.

Vítor Hugo Valente lidera lista E em nome da “estabilidade”

Vitor Hugo Valente entregou a lista a meia-hora do final do prazo, na sexta-feira

Vítor Hugo Valente, actual presidente do Vitória, formalizou ao final da tarde de sexta-feira a sua recandidatura às eleições de 17 de Janeiro, dia em que se apresenta como líder da lista E. O advogado, de 58 anos, explicou aquando da entrega da sua lista que não foi um acaso ter-se apresentado como quinto concorrente. “Não é inocente o facto de querermos ser a quinta lista. Deste modo, somos lista ‘E’ de estabilidade, que é o traço e a marca daquilo que o Vitória tem e foi prometido aos sócios quando fomos eleitos há dois anos”, referiu.
Vítor Hugo Valente, que compareceu na entrega da lista acompanhado, entre outros, pelo mandatário Fernando Tomé, e por António Carrapeta e Joaquim Neves, candidatos à presidência da mesa da assembleia geral e Conselho Fiscal e Disciplinar, respectivamente, confessou surpresa pelo facto de haver cinco listas candidatas. “A mim e a todos os que estão comigo, certamente é surpreendente. Não temos memória na história do Vitória de uma coisa assim. Ninguém pode levar a mal o meu raciocínio imediato de que estas cinco listas significarem que o Vitória é hoje um clube suficientemente estável e cumpridor para que tanta gente queira vir para cá”.
O atual presidente lembrou que o paradigma mudou em relação ao que aconteceu no passado. “Nos momentos em que isto esteve muito complicado nunca vi tanta gente. É bom, é salutar, desde que haja discussão de ideias”, vincou, mostrando-se otimista na reeleição. “Quando concorremos temos sempre a convicção de que vamos ganhar. É evidente que é imbuídos desse espírito que aqui estamos”.
Com cinco listas concorrentes, os dados estão lançados. Têm agora a palavra os sócios do Vitória que vão na próxima sexta-feira eleger aquele que consideram ser o melhor homem para dirigir os destinos do clube no triénio 2020-2023: Chumbita Nunes (A), Pedro Gaiveo Luzio (B), José Dias Mendes (C), Paulo Gomes (D) ou Vítor Hugo Valente (lista E).

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