30 Junho 2024, Domingo

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SOS Sado marca vigília para domingo contra dragagens

SOS Sado marca vigília para domingo contra dragagens

SOS Sado marca vigília para domingo contra dragagens

Foto Alex Gaspar

A SOS Sado convocou um protesto para domingo contra as dragagens do Sado, ao mesmo tempo a associação ambientalista mantém a esperança de uma decisão política que trave a obra. Entretanto, a deputada municipal de Setúbal eleita pelo PAN renunciou à participação na Comissão Eventual da Assembleia Municipal

 

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“Não às dragagens. Sim ao Sado” é o lema de uma vigília contra as dragagens no estuário do Sado que terá lugar domingo, às 17h00, no jardim da Beira Mar, junto ao edifício da administração portuária de Setúbal.

A associação SOS Sado organiza mais esta acção de protesto contra o que diz ser a “transformação do rio Sado numa estrada de contentores”, a par de outras iniciativas para travar as dragagens no estuário do Sado, designadamente uma nova providência cautelar que deverá dar entrada nos próximos dias no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Almada.

A SOS SADO já tinha avançado com outra iniciativa judicial, sob a forma de acção popular, ainda antes de estar formalmente constituída enquanto associação, mas que acabou por não ser aceite pelo tribunal.

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Algumas providências cautelares apresentadas por outras organizações foram, entretanto, indeferidas.

O porta-voz da SOS Sado, David Nascimento, acredita que esta nova providência cautelar poderá ter uma decisão diferente.

“Percebo que seja complicado para o tribunal pronunciar-se sobre tanta matéria, mas não devemos entender que, pelo facto de algumas providências cautelares terem sido indeferidas – sobretudo as nossas (da SOS Sado) que o foram por aquilo a que nós na rua chamamos `tecnicalidades’ -, se possa daí inferir que a lei esteja necessariamente do lado desta obra. Nós entendemos que não. Entendemos que há problemas processuais [no licenciamento das dragagens], como, inclusivamente, problemas legais”, disse.

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À espera de uma decisão favorável no plano judicial, David Nascimento espera também que todo o processo das dragagens possa ser reavaliado através de uma decisão política, uma vez que, segundo a SOS Sado, no dia 19 de Dezembro vão ser apreciados na Assembleia da República vários projectos de resolução sobre as dragagens, do PEV, do BE e do PAN.

Para a SOS Sado, “é tempo de agir”, porque “uma das dragas que vai iniciar os trabalhos já está em Setúbal e, do ponto de vista da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e da própria Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o projecto é para concretizar, apesar dos protestos de diversos sectores da comunidade setubalense e de associações de defesa do ambiente”.

Na passada terça-feira, a APSS revelou à agência Lusa que as dragagens no estuário do Sado, no âmbito do projeto de melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal, devem começar na semana de 09 a 15 de Dezembro.

Entretanto o PAN deu a saber que a sua deputada municipal em Setúbal, Suzel Costa, “renunciou hoje à sua participação na Comissão Eventual da Assembleia Municipal de Setúbal para o Acompanhamento do Projeto da Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal”.

Afirma Suzel Costa que “quando esta comissão foi criada”, a integrou “porque a vimos como uma oportunidade de diálogo entre os diversos intervenientes no processo, mas cedo percebemos a quase inutilidade dos nossos esforços”, diz ainda lamentar que a sua “intervenção em sede de comissão tenha sido várias vezes silenciada quando procurava transmitir informação factual contrária ao avanço das dragagens do Sado”.

Em comunicado, o PAN acrescenta que estas dragagens são de “aprofundamento e não de manutenção”, portanto “não são imprescindíveis e colocam em causa o equilíbrio de todo um ecossistema com estatuto de protecção internacional e, como afirmou recentemente Viriato Soromenho-Marques, vão “em contracorrente com aquilo que deveria ser uma política coerente e de proteção das condições biofísicas do nosso futuro”.

Referindo-se aos argumentos de “ordem ecológica” que têm sido divulgados por movimentos de cidadãos como o SOS Sado, entende o PAN que “há impactos socioeconómicos nas actividades marítimo-turísticas – que ganham cada vez mais importância na nossa região – e na pesca, estando as três organizações de pescadores ouvidas pela comissão contra a deposição dos sedimentos dragados na zona da restinga”.

Por agora o PAN continua “à espera de agendamento na Assembleia da República, desde 12 de Novembro, da discussão do projecto de resolução do PAN que visa revogar a autorização concedida à APSS para avançar com este atentado ambiental.

O navio-draga Breydel chegou hoje ao estuário do Sado, estando o início dos trabalhos de dragagem previstos para a próxima semana.

 

 

 

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