A Câmara de Palmela acerta cooperação com a Diocese de Setúbal para a reabilitação do imóvel. Álvaro Amaro considera que “o município ganhou pouco com o protocolo”
A Câmara de Palmela vai assinar um protocolo de cooperação com a Diocese de Setúbal para assegurar a reabilitação e requalificação da Capela de São João Baptista.
A autarquia vai promover candidaturas a programas de financiamento comunitário, através do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e do Plano de Acção de Regeneração Urbana do Centro Histórico (PARU) para a realização de obras de reabilitação e de requalificação da Capela de São João Baptista.
O protocolo de cooperação e comodato permitirá que a autarquia de Palmela utilize o equipamento durante 25 anos e o presidente Álvaro Amaro não conteve o desabafo: “O município ganhou pouco com este protocolo, pois apontava-se para 250 mil euros no início da candidatura, mas o investimento actual atingirá os 450 mil euros”. Ainda assim, o autarca confirmou que o município vai avançar. “Vamos fazer a candidatura considerando a importância do imóvel localizado no centro da vila”, justificou.
A capela encontra-se em avançado estado de degradação, nomeadamente no exterior do imóvel, onde são visíveis diversas fendas, e teve de ser vedado pela Câmara, por questões de segurança.
Casa Mãe do Património
O vereador Luís Miguel Calha apresentou a proposta de protocolo, considerando que a capela “vai ser a Casa Mãe do Património Histórico e Religioso de Palmela e da região”. O autarca do Turismo destaca “a importância estratégica da capela para uso pela comunidade com a criação de um espaço museológico permanente dedicado à Arte Sacra, exposições, conferências, recitais e artes performativas”.
Na proposta apresentada refere-se que a capela “possui azulejaria de ‘tapetes’ policroma e trabalhos de decoração em brutesco de ouro, que datam da segunda metade do século XVII”.
A proposta foi aprovada por unanimidade.
O edifício foi construído em 1655 por frei Jerónimo de Brito e Melo, classificado com valor concelhio, que a Câmara irá reabilitar e pertenceu à Ordem dos Hospitalários de São João de Jerusalém ou Ordem de Malta, e é propriedade da Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Santa Maria e São Pedro de Palmela da Diocese de Setúbal.
Quando ocorreu o terramoto de 1755, a capela passou a ser a sede paroquial, em substituição da Igreja de Santa Maria, localizada no Castelo de Palmela.