Álvaro Amaro até já admite rescindir contrato com a empresa. De Julho para cá, a recolha de lixos e monos não tem sido satisfatória. Localização e aberturas pequenas dos novos ecopontos também mereceram reparos
A sessão de câmara da última quarta-feira, que se antevia ser rápida pelos pontos da ordem de trabalhos com propostas de consenso, acabou por mobilizar as intervenções dos autarcas, que abordaram diversos problemas onde o lixo e os monos estiveram em destaque durante quase duas horas.
Depois da apresentação de uma saudação à Festa das Vindimas, que foi votada por unanimidade, onde o presidente da câmara destacou o sucesso do evento, que “foi reafirmado com a visita do Presidente da República”, também Raúl Cristóvão, da bancada socialista, considerou que a festa “foi reforçada com a grande adesão dos vitivinicultores”, mas reconhecendo que “é sempre possível fazer melhor e de forma diferente, mas o que fizeram foi muito importante”.
Também o vereador da Palmela Mais, Paulo Ribeiro, destacou que o evento “é cada vez mais marcante na região e no país”, enquanto o vereador do MIM, José Calado, saudou “o honroso trabalho da Associação”.
Amarsul sem soluções
O vereador José Calado abriu o debate contra os lixos e os monos. Com o autarca a criticar a Amarsul a quem acusa de “não ter soluções para a recolha de resíduos”, onde o concelho vive uma “situação alarmante”, referindo como excepção o trabalho desenvolvido pela intervenção da presidente da União de Freguesias.
As críticas continuaram com a socialista Mara Rebelo a alertar para os contentores colocados pela Amarsul, “não estão preparados para receber os resíduos” e “foram colocados em locais que tapam a visibilidade nos cruzamentos”. A autarca mostrou toda a disponibilidade do PS para “se encontrarem soluções” e sugeriu a “alteração do contrato e uma maior intervenção na recolha”. Também o vereador da Palmela Mais, Paulo Ribeiro, alertou para “a recolha do lixo e dos monos que se vai agravando em termos de saúde pública e de imagem”.
Câmara irá criar serviços de vigilância
O presidente Álvaro Amaro reconheceu a pertinência dos problemas apresentados, porque “não fico feliz quando dizem que nos outros concelhos acontece o mesmo, pois estou preocupado com o que se passa no meu concelho”.
O edil explicou que entre Janeiro e Junho “reduziu-se em mais de 50 por cento, quer na recolha do lixo, quer nos verdes e monos”, mas “a partir de Julho a situação inverteu-se e já estamos a aplicar multas e a pensar na rescisão do contrato existente”.
Já a vereadora do Ambiente, Fernanda Pesinho, admitiu que “existem ecopontos, que podem estar mal colocados”, apelando a que sejam denunciadas as situações, porque “defendemos que a Amarsul colocasse os ecopontos junto aos contentores de lixo para uma prestação de serviço de maior proximidade”. No entanto Fernanda Pesinho, admite que “a abertura dos ecopontos é pequena e já pedimos a substituição à empresa, que está a estudar uma solução”. Mas reconhece que “há quem não cumpra por falta de consciência e de cidadania”.
A vereadora do Ambiente lembrou “temos despendido mais dinheiro na fiscalização, aumentámos o número de contentores, alterámos circuitos, temos feito campanhas de sensibilização, mas devem-se denunciar as situações para acabar com este flagelo cuja responsabilidade é de todos”, porque “o comportamento indevido tem que ser alterado, porque a solução não passa por investir mais, mas estar mais atentos e denunciar”. E concluiu “até Agosto de 2019 já recolhemos mais resíduos que em todo o ano de 2018 e nos verdes duplicámos a recolha do ano passado”.
Álvaro Amaro alertou também para as empresas que “vêm de outros concelhos despejar lixos e resíduos”, apesar de “hoje haver mais gente com comportamentos correctos do que ontem, mas ainda há algum atraso na nossa civilização” e anunciou “irão haver serviços de vigilância e iremos controlar as quintas que fazem eventos, que não fazem três quilos de lixo, mas grandes quantidades”.
Recuperação do Salão Nobre
Álvaro Amaro anunciou a boa nova com um sorriso, pois a “obra para a empreitada de recuperação do Salão Nobre já foi adjudicada” e envolve um investimento de 725 mil euros.
A obra será desenvolvida em duas fases, explicou o edil, em que a primeira área “inclui a reabilitação das fachadas e coberturas, saguão, zona da arcada, galeria e pátio exterior poente”, que será cofinanciada por fundos comunitários.
A segunda área de intervenção contemplará a reabilitação do Salão Nobre e áreas adjacentes nos pisos 0 e 1, e será financiada pela Câmara. A obra contempla o restauro das pinturas existentes no Salão Nobre, incluindo a criação de uma entrada de nível que vai garantir o acesso a este espaço municipal.
Regularização da Ribeira da Salgueirinha
Os trabalhos de Regularização da Ribeira da Salgueirinha já começaram com demolição de gabiões e colchões Reno, num troço compreendido entre a Rua de Barcarrota e Rua 1 de Janeiro, em Pinhal Novo.
A requalificação da paisagem será um dos principais objetivos desta empreitada, cuja intervenção abrange uma extensão de 5km, entre o Vale do Alecrim e a Barragem da Brejoeira.
A empreitada inclui também a regularização de onze atravessamentos hidráulicos e envolve um investimento de mais de 2,5 milhões de euros, sendo comparticipados em 85% pelo Fundo Ambiental (Agência Portuguesa do Ambiente). A autarquia de Palmela pagará o restante valor, bem como as despesas do desenvolvimento do processo.