Firmina Cândida Fernandes morreu em Setúbal na passada terça-feira, vitima de doença prolongada

Morreu Firmina Cândida Fernandes, de 99 anos, poetisa e uma figura conhecida da cidade de Setúbal. O funeral realiza-se hoje, pelas 12h00, com saída da Capela de Na. Sra. do Carmos, pelas 11h30

Descendente de uma família proprietária de uma estância de madeira que funcionava na Avenida 5 de Outubro, em Setúbal, Firmina Cândida Fernandes sempre viveu com bastantes posses. Apesar de ter nascido no Lavradio, a 26 de Outubro de 1920, foi em Setúbal, de onde seu pai, Leonel José Fernandes, era natural, que viveu parte da sua infância.

A sua mãe Gertrudes Cândida Marques, natural do Lavradio descendia de uma família de talhantes e gente ligada ao comércio de carnes. Por isto, os pais de Firmina Fernandes conheceram tempos de desafogo financeiro que lhes permitiu proporcionado aos seus seis filhos – três rapazes e três raparigas –, uma infância e juventude sem sobressaltos.

Aliás, já do seu avô, António Francisco Fernandes, contava ser “um homem bom que gostava de ajudar o próximo”, tendo ajudado “várias colectividades como a Capricho Setubalense e os Bombeiros Voluntários.

Firmina Fernandes, tal como os seus irmãos, não brincava na rua. As brincadeiras dos meninos e meninas eram feitas em casa, uns com os outros. “Tínhamos uma casa enorme e era nela que realizávamos as nossas brincadeiras”, recordava Firmina há alguns anos atrás. Era um tempo em que as raparigas pouco frequentavam a escola e, como Firmina repartia a sua infância entre o Lavradio e Setúbal, acabou por ter aulas em casa ministradas por uma professora particular. Naquela época as raparigas não tiravam mais do que a 4ª classe, em contrapartida Firmina aprendeu as tarefas domésticas tais como a pintura, os bordados e a cozinha