Dez dias depois, a baleia morta que entrou no Sado dia 5 de Julho, é finalmente removida.
A carcaça de uma baleia em avançado estado de decomposição vagueou durante mais de uma semana pelo Sado, até arrojar na costa da Arrábida, junto ao Ecoparque do Outão. Hoje, a partir das 14h00, o animal será recolhido, segundo confirmação da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), sendo a entidade responsável pela sua remoção.
Quanto à operação, a APSS informa que não é possível precisar qual a estratégia exacta para remover o animal arrojado nas rochas junto ao Ecoparque do Outão, “uma vez que a acção foi adjudicada a uma empresa externa, especializada estes casos”. Contudo, o seu destino está certo. Será a inceneração.
Ao longo da última semana, campistas queixaram-se do odor intenso e da presença de moscas. Já os pescadores temeram também riscos para a saúde púbica, mas agradeceram a presença da carcaça que “atraiu muito peixe”.
Sem riscos para saúde pública
Luís Nicholson Lavrador, capitão do Porto de Setúbal, esclareceu a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO que, “a situação tem estado a ser monitorizada pela Direcção Geral de Saúde [DGS], que está também a articular a evolução da situação com a APSS, assim como a melhor forma de efectuar a sua remoção sem representar riscos”. Por agora, “de acordo com informação da autoridade de saúde não representa risco”.
A carcaça da baleia entrou à deriva na barra de Setúbal dia 5 de Julho e não foi removida pela Capitânia do Porto de Setúbal, porque “não representado risco para a navegação e estando dentro do Sado a responsabilidade passa para a APSS”, esclarece o capitão.
Costa nacional acolhe centenas de mamíferos marinhos mortos
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) recorda que, por ano, cerca de 250 mamíferos marinhos mortos são arrojados até à nossa costa, de norte a sul, incluindo ilhas.
“Em cada caso as causas variam entre morte por causas naturais ou ingestão de plásticos. Nos acidentes mais comuns constam abalroamentos por embarcações e artes de pesca”.
Quanto às espécies arrojadas, “são, essencialmente, golfinhos e baleias, em situação semelhante àquela em que se encontra a baleia arrojada até Setúbal, com avançado estado de decomposição”, sendo por isso, “muitas vezes impossível verificar qual a espécie”.