Danilo Ferreira, selecionador nacional e treinador do Naval Setubalense, e os jogadores Daniel e Kido, do emblema sadino, entre o lote de campeões
Foi em Vilnius, na Lituânia, que a seleção de andebol em cadeira de rodas com equipas de quatro, orientada por Danilo Ferreira, conquistou o título de campeão da Europa. A equipa lusa impôs-se na ‘negra’, com os parciais de 7-6, 9-10 e 7-0, num desafio em que João Jerónimo foi o melhor marcador, ao somar 14 golos, quatro acima de Fatih Cuhadar, o mais concretizador no lado gaulês. O triunfo tem um sabor especial para a cidade de Setúbal, que viu três dos seus representantes no grupo que ergueu o troféu continental.
Danilo Ferreira, selecionador nacional e treinador do Clube Naval Setubalense, foi um dos principais protagonistas, mas também os jogadores Daniel e Kido, atletas da seleção e do emblema sadino, foram essenciais na conquista europeia. A Câmara Municipal de Setúbal felicitou os atletas, através de uma publicação nas redes sociais.
Ao aceder à partida decisiva do Europeu, Portugal qualificou-se para o Campeonato do Mundo de 2026 da categoria, no qual foi sétimo colocado na estreia, em 2024, no Egito.
Foi o conjunto gaulês a começar com bola e com golo, mas João Jerónimo respondeu na mesma moeda colocando tudo em igualdade (1-1). Portugal viu uma exclusão a Maria Albertina Relvas e os franceses chegaram ao 3-1, havendo ainda tempo para duas falhas no ataque luso levarem Samuel Chandesris a brilhar entre os postes.
Os franceses voltaram a marcar, por duas ocasiões, elevando a diferença para 5-1, levando Danilo Ferreira a pedir um time-out. João Jerónimo conseguiu marcar um golo e, posteriormente, novamente, levando o marcador para 6-4. Com poucos segundos por jogar Rodrigo Vieira conseguiu marcar e levou o jogo a golo de ouro.
Os lusos ficaram com posse de bola, mas o guarda-redes francês negou o golo a Portugal. De seguida Pedro Marques respondeu na mesma moeda e Ricardo Queirós selou o primeiro set para Portugal (6-7).
Na etapa complementar, João Jerónimo abriu as hostilidades, chegando aos três golos à maior (0-3), os gauleses conseguiram marcar, mas Ricardo Queirós respondeu de imediato, elevando novamente a diferença para dois (3-5) com sete minutos por jogar. Os franceses conseguiram encostar e, posteriormente, passar para a frente a 7-6.
Na marcação de um livre de 7 metros, os gauleses levaram a melhor, por duas ocasiões, chegando ao 8-6. Maria Albertina Relvas reduziu e João Jerónimo voltou a colocar Portugal em vantagem (8-9), mas o empate aconteceu já dentro do último minuto. A França teve um jogador desqualificado e terminou com empate levando, novamente, o encontro a golo de ouro, com Fatih Cuhadar a marcar e a dar a vitória do set aos gauleses (10-9).
João Jerónimo entrou a marcar e levou Portugal para os três golos sem resposta, conseguindo chegar aos seis golos à maior acabando por conquistar a medalha de ouro com um golo de Ricardo Queirós ao cair do pano.
Selecionador destaca espírito dos “campeões a sério”
Após o encontro, Danilo Ferreira não poupou os agradecimentos e destacou o espírito de sacrifício da equipa. “Tínhamos preparado o jogo e falado, essencialmente, na parte emocional dos nossos atletas que tinham que gerir bem, porque isso ia influenciar muito o jogo, não conseguimos fazê-lo como costumamos fazer”, afirmou.
No entender do técnico houve “algum nervosismo à mistura” que levou a uma “eficácia anormal”. “Conseguimos não perder a cabeça, não entrar em maluquice porque estava a correr mal, continuámos a lutar, fomos uns campeões a sério”, atirou.
O andebol em cadeira de rodas é jogado à melhor de três parciais entre equipas mistas, com duas partes de 10 minutos cada, sendo que, na variante com quatro atletas (ACR4), tem de haver, pelo menos, uma mulher em campo a tempo inteiro.
Na vertente com equipas de seis (ACR6), Portugal conquistou o Campeonato Mundial e Europeu de 2022, em Leiria, já depois de ter arrebatado uma medalha de ouro (2018), também como anfitriã, e três de prata (2015, 2016 e 2019) na principal prova continental.
