Uma baleia morta encontra-se à deriva no Estuário do Sado desde sexta-feria (5), tendo chegado à área costeira em frente ao Parque de Campismo do Outão.
A situação está a ser acompanhada pelo Comando Local da Polícia Marítima de Setúbal.
Até ao momento o Comando Local da Polícia Marítima de Setúbal desconhece as causas da morte, assim como outras características sobre o animal e a sua origem. Contudo, as autoridades confirmam que não representa qualquer risco para a navegação.
Em declarações a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO, o Capitão do Porto de Setúbal, Luís Nicholson Lavrador, explica que, “estando a carcaça no interior do estuário a responsabilidade de remoção é da APSS [Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra], a qual está informada desde sábado e encontra-se a verificar qual a melhor solução para proceder à remoção”.
Também a Direcção Geral de Saúde (DGS) foi informada sobre a presença da carcaça numa área próxima a praias “no sentido de estar alerta sobre potenciais riscos para a saúde pública, até mesmo porque a estado de decomposição é avançado. No momento, Luís Lavrador afirma que, “a manter-se no mesmo local não representará qualquer risco, segundo a DGS”.
Quanto à remoção da baleia, “a APSS terá que avaliar a melhor opção, uma vez que existem empresas especializadas”.
A remoção poderá ser feita com o arrastão da carcaça até fora da barra, “no sentido de encontrar depois um melhor lugar para a sua remoção ou até equacionar a hipótese de ser retirada do Sado em partes”. Sendo que esta opção pode apresentar risco de contaminação e “terá sempre que ser avaliada pela DGS”.
O capitão confirma ainda que, também o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas foi informado sobre a localização da carcaça, “uma vez que, quaisquer análises às causas de morte devem ser realizadas pelo mesmo, assim como a identificação da espécie”.
Após contacto com a APSS, no sentido de conhecer as características do animal e como será possível proceder à sua remoção do estuário, o jornal tomou conhecimento de que “está a ser realizado um diagnóstico, em colaboração com a capitânia e outras entidades, no sentido de avaliar qual o melhor plano para remoção do cadáver do leito do Sado”.
Costa nacional acolhe centenas de mamíferos marinhos
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) recorda que, por ano, cerca de 250 mamíferos marinhos mortos são arrojados até à nossa costa, de norte a sul, incluindo ilhas. “Em cada caso as causas variam entre morte por causas naturais ou ingestão de plásticos. Nos acidentes mais comuns constam abalroamentos por embarcações e artes de pesca”.
Quanto às espécies arrojadas, “são golfinhos e baleias”, em situação semelhante àquela em que encontra a baleia avistada em Setúbal, “com avançado estado de decomposição, sendo por isso, muitas vezes impossível verificar qual a espécie”.