Infografia mostra Península de Setúbal como zona de risco de pobreza e exclusão social

Infografia mostra Península de Setúbal como zona de risco de pobreza e exclusão social

Infografia mostra Península de Setúbal como zona de risco de pobreza e exclusão social

Questões do emprego e do desemprego “podem ser a chave” para compreender situação na região

O desemprego, subemprego e trabalho precário são algumas razões para os indicadores negativos sobre pobreza, exclusão social e uma taxa de pobreza monetária de 18,7%, segundo dados apresentados no Instituto Politécnico de Setúbal, referentes à Península de Setúbal.

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Segundo a socióloga Ana Isabel Teixeira, do Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza (ONLCP), que falava aos jornalistas depois de apresentar uma infografia segundo a qual a região de Setúbal apresenta indicadores com maior risco de pobreza a nível nacional, “as questões do emprego e do desemprego podem ser a chave para compreender a situação na Península de Setúbal”.

“Parece-nos que a qualidade do emprego na Península pode ser uma chave de leitura para compreender estes indicadores, mas sobretudo a questão do desemprego e do subemprego, ou seja, daquelas pessoas que até estão disponíveis para trabalhar para além de um tempo parcial e que não encontram essa resposta”, disse.

“Quando falo da qualidade do emprego, o que é de facto problemático é a ausência dessa qualidade. Estamos a falar da qualidade dos vínculos [laborais], de serem vínculos mais ou menos precários, eventualmente até dos salários que são praticados”, acrescentou.

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Ana Isabel Teixeira salientou também uma outra dimensão, o peso da população imigrante (mais 15,4% em 2023 comparativamente com 2021) que é uma população que também tem um risco superior de pobreza e de exclusão social e que tem uma proporção assinalável” na península e no distrito de Setúbal.

“São duas dimensões que nos parece que podem ser chaves explicativas, mas que carecem de algum aprofundamento, porque esta leitura baseia-se só nos indicadores gerais. Depois é necessário virmos para o território e, se calhar, aprofundar um bocadinho mais este conhecimento”, acrescentou a socióloga.

Os indicadores muito negativos da região de Setúbal em 2024 ficaram expostos após a reconfiguração das NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos da União Europeia) da Região de Lisboa e Vale do Tejo, com a criação de uma nova NUT3 na Península de Setúbal.

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A infografia foi elaborada pelo Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza no âmbito de uma iniciativa promovida pelo Núcleo Distrital de Setúbal da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN Portugal – European Anti Poverty Network).

Durante o evento, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) e a EAPN Portugal assinaram um protocolo de cooperação que reforça o compromisso de ambas as entidades na promoção de atividades de carácter técnico-científico e no aprofundamento das relações de colaboração na área do desenvolvimento social.

Para a presidente do IPS, Ângela Lemos, a infografia apresentada na passada sexta-feira é “um mapa social do território, um retrato rigoroso das desigualdades, fragilidades e potencialidades que caracterizam o distrito de Setúbal”.

“É também um instrumento fundamental para orientar políticas e estratégias alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelos diferentes membros das Nações Unidas, em especial o ODS 1 – Erradicação da Pobreza, o ODS 2 – Erradicação da Fome e o ODS 3 – Redução das Desigualdades”, sublinhou. Em declarações à agência Lusa, Ângela Lemos disse ainda que o protocolo com a EAPN “vai permitir ao IPS trabalhar com as instituições do território e identificar desafios em que a academia poderá trabalhar com outros parceiros regionais”, com o envolvimento de investigadores e alunos daquele estabelecimento de ensino superior.

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