Luís Custódio: “Continuamos a estar disponíveis para acolher propostas e projetos das outras forças políticas”

Luís Custódio: “Continuamos a estar disponíveis para acolher propostas e projetos das outras forças políticas”

Luís Custódio: “Continuamos a estar disponíveis para acolher propostas e projetos das outras forças políticas”

Reeleito presidente da junta revela prioridades deste mandato e mostra-se disponível para trabalhar com a oposição e a câmara municipal

Luís Custódio foi escolhido para continuar a comandar os destinos da Junta de Freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra. Satisfeito com o resultado das votações na junta, admite que o anterior executivo possa não ter passado bem a mensagem da obra que deixa feita, o que levou os comunistas a perder a câmara.

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Para os próximos quatro anos salienta duas prioridades: terminar o Parque Verde da Quinta da Amizade e continuar a estender o passeio ciclável em Gâmbia.

Em entrevista a O SETUBALENSE afirma estar disponível para acolher propostas da oposição, quando estas forem para o bem do território e dos fregueses, e continua a aguardar uma reunião com o novo executivo camarário – esperando que a cooperação entre os dois executivos se mantenha.

Como é que vê os resultados da CDU na sua freguesia?

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Agora estamos num panorama um bocadinho diferente foi uma vitória bastante importante, até olhando aos resultados que aconteceram no concelho, o resultado da nossa junta foi uma excelente vitória. Embora não ganhámos com maioria absoluta, foi uma excelente vitória numa freguesia que já não é rural como era há 20 anos, e ficámos muito satisfeitos de ter conseguido vencer novamente. Prova que as pessoas da nossa freguesia reconheceram a CDU com todo o grande mandato em termos de trabalho que fizemos em todas as áreas.

E como é que encara os resultados da CDU em todo o concelho?

Não foram aqueles que nós esperávamos, embora tivesse sido um mandato brilhante foi um mandato muito difícil e de grande investimento no concelho. Faltou uma coisa ao executivo da CDU na Câmara de Setúbal: não conseguiu fazer passar a mensagem de todo o trabalho realizado.

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Os resultados ficaram muito aquém daquilo que era esperado, e acabamos por ver que as obras estão no terreno, continuamos a ver a câmara a entregar casas no início do mandato. Isto foi trabalho que foi feito durante o mandato anterior, e há muita obra que vai sair nestes próximos dois anos – obra da CDU.

Há aqui três ou quatro questões que podemos ver, provavelmente as pessoas não compreenderam. Foi a dificuldade que houve no início do mandato com a criação dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), um facto de história, deu muito trabalho a organizar. Outra coisa foi a questão da passagem de novas competências para a câmara municipal, foi uma tarefa muito difícil.

E depois foi a questão do movimento da Maria dos Dores Meira e foi também a questão do Chega, que teve uma grande votação e cresceu sem apresentar programas eleitorais. Todos devemos refletir sobre isto.

Disse que o anterior mandato foi “de muito trabalho e de obra feita”. O que é que se compromete a fazer nos próximos quatro anos?

Provavelmente foi por esse motivo de termos tanta obra feita que conseguimos ganhar as eleições. Houve aqui uma grande votação na CDU para a freguesia, tivemos quase o dobro dos votos que tivemos para a câmara.

Aquilo que nos comprometemos é continuar a trabalhar na mesma linha, estar atento aos novos desafios, mas acima de tudo temos responsabilidades e competências próprias, que é a questão da limpeza, uma tarefa que não é fácil e que, apesar de considerarmos que a nossa freguesia é limpa e num ano complicado como o ano passado – que choveu cerca de sete meses – conseguimos manter a nossa freguesia limpa e criar novos espaços verdes e concluir uma grande obra que se iniciou este mandato, que não está totalmente concluída mas está a cerca de 80%, que foi o Parque Verde da Quinta da Amizade.

Temos outras coisas, a questão da mobilidade, estamos à espera de reunir com a Câmara de Setúbal porque começámos este ano um passeio ciclável em Gâmbia, que fizemos quase mil metros de extensão, e pretendemos estendê-lo. Não é uma obra fácil, estamos a falar de uma extensão de cerca de quatro quilómetros, mas pretendemos fazer de uma forma faseada.

Temos um sítio também muito crítico, na Estrada de Santo Ouvido, há necessidade de criar um passeio que possa ser partilhado para bicicletas e para pessoas a pé. Depois temos ainda os loteamentos da Quinta da Amizade, do Vale Ana Gomes e da Serralheira, que na sua fase inicial não tiveram nenhum tipo de equipamento nem espaços ajardinados.

Ainda na Quinta da Amizade, que temos muitos milhares de metros quadrados para serem requalificados, essa também é uma aposta nossa. Por isso temos muita coisa para resolver.

Temos outro desafio também, um dos grandes investimentos feitos pela câmara e SMS, que foi o saneamento básico na zona nas Pontes. Houve algum que ficou concluído, mas a grande obra que é a segunda fase, essa está em marcha.

Sabemos o que tem de ser feito, mas grande parte dessas intervenções não são competência da junta, são da câmara municipal.

Quais são as prioridades para este mandato?

A nossa prioridade neste momento é concluirmos o parque verde, essa é a questão principal. E, se tivermos condições, avançar com a segunda fase do passeio ciclável em Gâmbia. São duas obras de valor muito avultado.

Depois temos uma coisa que normalmente não falamos muito, que é a reparação e a manutenção de tudo o que são passeios e isso é uma das coisas que nos consome muito tempo. Aquilo que fizemos no mandato passado foi recuperar muitos espaços que estavam praticamente abandonados. Neste mandato, vamos ter de adaptar todas as equipas à manutenção desses espaços. Quanto mais fazemos, mais temos para manter.

Há uma coisa também que é prioritária, e era para ter avançado este ano e não se conseguiu avançar, a intenção que havia da parte dos SMS e da câmara era avançar, no início de 2026, a conversão das rotundas na Estrada de Algeruz, junto ao Vale Ana Gomes. É uma obra de grande importância.

Para quando é que apontam a conclusão do parque verde?

Tivemos a esperança ainda de concluir no ano de 2025, no mandato passado. Não conseguimos porque houve aqui alguns atrasos, aliás, uma coisa nova que não estava contemplada no projeto inicial que era o emissário que tinha mais de 50 anos e que estava, consecutivamente, a entupir e a deitar os botes para a vala.

Esperamos mesmo que, em 2026, que esta obra esteja concluída.

Está disposto a entender-se com os membros da oposição para o bem da junta de freguesia?

Estamos sempre disponíveis. Ainda no ano passado acolhemos várias sugestões que vieram de outras forças políticas, e continuamos a estar disponíveis para acolher propostas, ideias e projetos das outras forças políticas.

Com todas?

Sim, com todas, desde que as propostas não vão contra aquilo que é o nosso programa eleitoral, não temos problemas em acolher propostas que sejam de outras forças políticas.

Temos linhas vermelhas e não vamos deixar de fazer a gestão CDU porque fomos nós que vencemos – mesmo não ter ganho com maioria absoluta. Se houver boa intenção da parte das outras forças políticas em apresentar questões que sejam para melhorar a qualidade de vida dos nossos fregueses, estaremos sempre disponíveis.

E com câmara municipal, como é que vai ser a relação?

Estou à espera de que a câmara municipal chame a nossa junta de freguesia para reunir, para percebemos qual é a intenção. Há sempre coisas a melhorar, estamos disponíveis para analisar todas as situações.

Os espaços verdes e os jardins estão cuidados, as escolas estão cuidadas, aliás, investimos mais nas escolas do que o que recebemos. Todas as outras coisas na sinalização, recebemos 1500 euros por ano, o ano passado gastámos seis mil euros só a comprar sinais, porque a câmara na altura não tinha e havia sinais já muito velhos que tiveram de ser substituídos.

Da nossa parte, estamos disponíveis para falar com a câmara municipal, como não podia ser de outra forma, porque é muito difícil com as competências que foram atribuídas às freguesias, que não haja um bom entendimento.

Fomos eleitos e queremos prestar o melhor serviço possível à população, penso que a câmara municipal também, espero que não haja ideias de alterar muita coisa. E se existirem essas ideias sempre, no nosso entender, para haver mais progresso e para não haver retrocesso.

Já começaram a trabalhar no orçamento para 2026?

Sim, já começámos a trabalhar no orçamento para 2026 e vamos trabalhar em cima dos números de 2025, não havendo ainda nenhuma novidade da parte da câmara municipal.

Como é que espera envolver os fregueses na vida comunitária e também na vida política das mudanças de freguesia?

Estamos a tomar medidas é de tentar termos uma melhor comunicação. Melhorámos muito a comunicação no mandato passado, mas precisamos de melhorar mais os canais de informação e trabalhar ainda mais junto das pessoas. Isto nem sempre tem sido fácil, principalmente na zona dos novos loteamentos, porque não há nenhum espaço comercial naquela zona, é uma zona que é mais difícil de conseguirmos chegar junto das pessoas, mas com a construção dos dois quiosques – um na Quinta da Serralheira e outro na Quinta da Amizade – poderão ser pontos de encontro.

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