Jantar no Novotel de Setúbal juntou cerca de 120 pessoas. Pároco deixa São Sebastião após oito anos ao serviço da comunidade
Os Amigos da Paróquia de São Sebastião promoveram um jantar em homenagem ao padre Casimiro Henriques, no Novotel de Setúbal, com o evento a juntar cerca de 120 pessoas. Ao fim de oito anos na Paróquia de São Sebastião, o padre Casimiro Henriques transfere-se para a Paróquia da Costa da Caparica e da Trafaria, no concelho de Almada.
O padre Casimiro Henriques confessou, no seu discurso de despedida, que a sua chegada à paróquia de São Sebastião, em 2017, “não foi fácil”, porque, além de ter perdido o pai há pouco tempo e estar a sair da sua zona de conforto, “não sabia nada” do território que abraçava, “não conhecia as suas gentes”.
Nesta intervenção, o pároco recordou que na sua primeira missa estavam “apenas seis pessoas naquele igrejão”, levando a que percebesse que para que a situação se alterasse, algo teria de ser feito.
“A dor a seguir foi perceber as dores do meu povo. Se eu não estava bem, então fiquei pior à medida que fui percebendo isso, as dores do meu povo. E eu senti como minhas essas dores de uma comunidade que tinha sido muito martirizada, muito magoada, muito ferida e muito dorida. Isso feriu-me profundamente, saber como é que se pode magoar tanto pessoas como eu”, explicou.
“Aquilo que fizemos foi muito. Não sei se foi bastante, mas foi muito e dou graças a Nosso Senhor por tudo isso. O padre é sempre a figura mais visível, mas atrás do padre há os vossos rostos, as vossas mãos, que efetivamente foram aqueles que trabalharam”, apontou, garantindo que “o mais importante de todas as obras” foi ter-se criado uma comunidade. “Sou muito grato por cada um de vós ter embarcado nesta aventura”.
Este evento aconteceu depois do pároco ter sido homenageado pela Comissão de Festas de Nossa Senhora do Rosário de Troia, tendo contado com a presença do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, do vereador Pedro Pina e do presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Luís Matos.
Para o líder da autarquia, o padre Casimiro Henriques “fez muito por esta comunidade”, com o autarca a demostrar o seu reconhecimento “por todo esse trabalho, por toda essa dedicação e pela simplicidade” com que lidou com todos.
Foi ainda sublinhada pelo autarca a “relação muito próxima” com as pessoas mantida pelo clérigo ao longos dos oito anos em São Sebastião. André Martins desejou que o padre Casimiro tenha “um percurso também de proximidade com a comunidade para onde vai”, embora em Setúbal fiquem “várias portas abertas para quando quiser vir cá matar saudades”, porque “é sempre muito bem-vindo”.