Ministra da Saúde esteve esta segunda-feira reunida com os conselhos de administração das ULS da região e aguardam-se as conclusões do encontro
A ministra da Saúde esteve esta segunda-feira reunida com os conselhos de administração das Unidades Locais de Saúde (ULS) da Arrábida, Almada-Seixal e Arco Ribeirinho – onde estão englobados o Hospital São Bernardo, o Hospital Garcia de Orta e o Hospital Nossa Senhora do Rosário, respetivamente – mas até agora não são conhecidas conclusões do encontro.
A reunião começou pelas 17 horas no Ministério da Saúde e, segundo esclareceu o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à saída, o encontro serviu para fazer “o diagnóstico da situação” em que se encontram as urgências de obstetrícia e ginecologia da Península de Setúbal. “Analisámos a solução e agora a senhora ministra tem elementos para tomar decisões”, foram estas as únicas palavras de Álvaro Almeida que se apresentou ao lado de Pedro Azevedo, presidente do conselho de administração da ULS Almada-Seixal, Ana Teresa Xavier, da ULS Arco Ribeirinho e Luís Pombo, da ULS Arrábida.
Até ao fecho desta edição não foram ainda conhecidas as conclusões da reunião entre os responsáveis, tendo o diretor executivo do SNS remetido todos os esclarecimentos para Ana Paula Martins, responsável pela pasta da Saúde.
O SETUBALENSE tentou contactar a administração do Hospital São Bernardo que adiantou só prestar esclarecimentos após a ministra da Saúde falar ao País.
Administradores hospitalares querem “urgência concentrada”
A Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares considera que a solução mais viável para acabar com a inércia da abertura e fecho das urgências obstétricas da região de Setúbal é criar uma urgência de obstetrícia regional.
“No conjunto de médicos destes três hospitais – Barreiro, Setúbal e Garcia de Orta – fazerem as suas horas de urgência numa única urgência concentrada ao invés de atribuirmos essa responsabilidade a um único hospital como aconteceu nestes últimos dias”, disse Xavier Barreto, presidente da associação, em declarações à TVI.
O modelo já está a ser adotado nos hospitais da região do Porto, ainda que em outras valências, mas a solução prossupõe que os profissionais de saúde tenham de ser deslocar para um ‘hospital central’ – que o presidente defende que deveria ser o Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Sobre este assunto Xavier Barreto considera que estão todas as condições reunidas para que todos os agentes possam acertar o passo para arrancar com este modelo. “Terá de existir alguma compensação para estas deslocações e por este tempo. Estou certo de que o Ministério da Saúde estará disponível para discutir a solução e estas compensações, os sindicatos dizem que estão disponíveis para esta discussão e acho que é uma conversa que vale a pena e com a maior urgência. Esta solução é para ontem”.
Paulo Raimundo diz que é preciso fixar profissionais
O secretário-geral do PCP defendeu na noite de segunda-feira que é preciso “acabar com a escandalosa intermitência de urgências abertas e fechadas” no Serviço Nacional de Saúde, apostando na contratação e fixação de profissionais e dando-lhes condições de trabalho.
Paulo Raimundo falava no Montijo numa sessão pública da CDU para assinalar os 46 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o tema “A saúde é um direito. Valorizar o SNS”, na qual participaram comissões de utentes e os cabeças de lista da CDU às câmaras de Montijo, Alcochete e Moita.
“Precisamos acabar com esta escandalosa intermitência de urgências abertas e fechadas. Precisamos criar condições para que haja segurança e não se ponham vidas em risco, que é isso que está a acontecer todos os dias com esta situação das urgências de obstetrícia e de pediatria”, disse numa alusão também ao caso de encerramento da urgência de obstetrícia no Hospital Garcia de Orta, em Almada, que, no sábado, deixou a Península de Setúbal sem atendimento a grávidas. Com Lusa